quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

MAS É O FIM DO MUNDO!!




Faltam apenas dois dias para o fim do mundo. E aí?
Ontem ouvi na TV a pergunta “o que você faria se faltassem apenas três dias para o fim do mundo?”
Minha resposta, depois de muito pensar: NADA. Ponto. Nada, ué!
Pensei que se o mundo fosse mesmo acabar (e eu disse fosse), nada mais teria importância depois disso. Sou espírita e tenho toda uma filosofia de vida após a morte, etc. Então, não tenho medo da morte em si, mas do sofrimento que leva à morte. Mesmo que seja rápido, isso me deixa receosa.
Mas, falávamos sobre o fim do mundo. É muito estranho pensar nisso como uma verdade.
Trato, como a maioria, na gozação. Me divirto com a possibilidade, justamente por não acreditar nela.
Tem muitas coisas que ainda não fiz e não seria em 3 dias que faria, por N motivos.
Acho que dá, no máximo, pra fazer uma auto avaliação, uma reflexão de vida, mas não no sentido de mea culpa e sim, de avaliação mesmo, de recapitulação de bons e maus momentos.



Fico pensando naquelas pessoas que realmente acreditam que o mundo irá acabar e estão se preparando, achando-se os grandes visionários. Que decepção (?!) ao ver que o mundo irá continuar, os problemas ainda estarão lá na manhã seguinte, e em muitos casos, ainda aqueles que foram criados justamente por a pessoa acreditar nisso e vender tudo, etc.
Acredito que interpretaram a profecia ipsis literis.
Acredito que o mundo irá, sim, passar por transformações, com a chegada de espíritos mais evoluídos. Os que nada aprenderam ainda, não mais reencarnarão e os 'novos' trarão uma nova mentalidade para a Terra. Do jeito que está, estamos mesmo caminhando para o fim do mundo.



Acho que a Terra viverá uma nova fase, que provavelmente começou no início deste século. O ano de 2012 é apenas uma data aproximada de uma coisa que pode, inclusive, já estar em andamento há alguns anos.
E, se o mundo fosse mesmo acabar, de nada adiantaria nossa preocupação e/ou preparação, estocando água, comida, construindo bunkers, etc.
As pessoas que assim pensam, se sentem privilegiadas por pensarem mais à frente, por se precaverem, por se sentirem eleitas para repovoarem o novo mundo que restaria, certamente depois de suas ingênuas preparações.


Acho que se o mundo irá acabar ou não ( e olha que lhes dou o benefício da dúvida!), o melhor a fazer é se auto avaliar, fazer projetos, planos para o futuro, seja ele onde ou como for.
Usar essa desculpa de “fim do mundo” para repensar sua vida, suas estratégias até aqui, o que deu certo, o que não deu, o que poderá dar...
Fazer realmente um divisor de águas, tal como fazemos todo fim de ano, quando apenas uma noite nos separa de outro ano e fazemos disso um grande evento, comemorando, fazendo promessas, planos, juras.
E usar esta encarnação para realmente aprender mais sobre si mesmo, sobre o outro, sobre a vida. Não apenas viver, mas saber por que vive.
Pense que esta oportunidade de fim do mundo não ocorrerá duas vezes (por motivos óbvios). Então, planeje 2013 e o resto de sua vida com muita atenção e cuidado.
Se não acontecer, como o fim do mundo, não se aborreça, apenas corrija a rota...



segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

HO-HO-HO


 
 
Era domingo. Início de Dezembro.

Mal a tarde se iniciava e já fazia muito calor. E ainda nem havíamos chegado ao verão!

Naquele shopping (?), ao final do corredor de entrada, logo a esquerda, um trono encostado à parede. Um homem, vestido de vermelho, barba branca e suando em bicas estava sentado nele. O tal homem, idoso, na verdade não estava exatamente ‘sentado’, mas escorado naquele trono. Segurava a cabeça com uma das mãos e parecia que respirava com dificuldades. As pernas, esticadas, e o sofrimento estampado em sua face afogueada, rubra, em função do calor que devia estar sentindo. Era Papai Noel.

Papai Noel??!! Sim, ele mesmo. As lojas mal haviam sido abertas, o público ainda chegava, tímido (provavelmente deveriam estar se refrescando numa praia ou em frente ao ar condicionado ou ventilador).

O nosso Papai Noel aguardava pelos seus pequenos fãs, mas podia-se notar que sofria horrivelmente naquelas roupas quentes, naquele corredor mais quente ainda e não parecia ter a menor disposição de receber ninguém, ainda mais por uma tarde inteira.

Senti muita compaixão por aquele velhinho que, para ganhar um extra, se dispunha a enfrentar horas sentado naquele calorão, ouvindo crianças e mais crianças, algumas assustadas, outras chorando e outras certamente puxando-lhe as barbas (neste caso, me pareceu serem reais).

Saí dali pensando nas tradições e na sua incoerência. Sou uma pessoa muito prática e sempre questiono aquilo que fuja do coerente.


Pensei que adotamos, aqui no Brasil, muitas tradições que nada tem a ver com nosso clima ou costumes, ou mesmo cultura. O Natal é uma delas.

Natal, na verdade, é a comemoração do nascimento de Jesus Cristo para os cristãos. Adotamos, porém, a outra versão para ele, que tem a ver com os povos nórdicos, onde um velhinho bondoso, que gostava de distribuir presentes em certa época, chamado Santa Claus, simboliza essa troca, a bondade, etc.

O dito velhinho, usava uma roupa vermelha e quente.
 
Justifica-se, pois ele morava em um lugar muito frio. Mas para quê ele usar vermelho aqui no Brasil? Moda? Não. Por causa da nossa neve em Dezembro, pleno verão?

E as pesadas botas, as luvas, o gorro (!) e o casacão, em veludo (!!) ? Certamente para enfrentar esse tempo que faz aqui nessa época...

“Ah, mas ele vem do Pólo Norte”, justificam. Fala sério!!
 
 
O que mais vemos por aí, são papais noéis encharcados pelo calor de dezembro, do verãozão que se inicia, na base, dos 30/35 graus. E de luvas!!

Os pobres (e agora mau-humorados) ‘velhinhos’, vez ou outra puxam a máscara ou barba falsa para se refrescarem. Em frente às lojas, muitos sacodem sinos para chamar clientes e ao mesmo tempo, se abanam (até mesmo com o próprio sino! Vale tudo!).

É penoso ver que uma tradição não tenha se adaptado ao clima tropical do nosso país e obrigue a todos a essa incoerência.

E as frutas secas, nozes, rabanadas, panetone e demais guloseimas, bem calóricas, energéticas, pra enfrentarem os dias quentes que faz nessa época. Para os países frios faz todo sentido, mas...aqui??!!
 
 

Nos comerciais na tv, vi outro dia uma menina brasileira, vestida numa linda camisola xadrez, de flanela (!!), e que deitava-se em frente a uma lareira, num pequeno sofá, para esperar pelo Papai Noel. Pode??!! Lareira? Flanela? No verão??!!

É inacreditável como até hoje não se questionou isso e procurou-se mudar, adaptar ao nosso clima. Talvez até alguém questione, mas quem de direito (os lojistas talvez), não mudam (por que senão ‘não terá a cara do natal’, certamente pensam) a tradição e criam uma nova cultura. Pode-se perfeitamente comemorar o natal da mesma forma, de maneira mais correta, sem tanto sofrimento e certamente, muito mais inteligente.

Ou será que se a tradição tivesse sido iniciada aqui o nosso papai Noel tropical, de bermudas, camisa floral, chinelos, seria adotado nos Estados Unidos, em pleno inverno? Será que teríamos por lá, papais noéis tremilicantes, congelando no frio extremo que faz nessa época do ano nesse país?

De qualquer modo, com frio ou calor, tenha um

FELIZ NATAL !!!