quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

MAS É O FIM DO MUNDO!!




Faltam apenas dois dias para o fim do mundo. E aí?
Ontem ouvi na TV a pergunta “o que você faria se faltassem apenas três dias para o fim do mundo?”
Minha resposta, depois de muito pensar: NADA. Ponto. Nada, ué!
Pensei que se o mundo fosse mesmo acabar (e eu disse fosse), nada mais teria importância depois disso. Sou espírita e tenho toda uma filosofia de vida após a morte, etc. Então, não tenho medo da morte em si, mas do sofrimento que leva à morte. Mesmo que seja rápido, isso me deixa receosa.
Mas, falávamos sobre o fim do mundo. É muito estranho pensar nisso como uma verdade.
Trato, como a maioria, na gozação. Me divirto com a possibilidade, justamente por não acreditar nela.
Tem muitas coisas que ainda não fiz e não seria em 3 dias que faria, por N motivos.
Acho que dá, no máximo, pra fazer uma auto avaliação, uma reflexão de vida, mas não no sentido de mea culpa e sim, de avaliação mesmo, de recapitulação de bons e maus momentos.



Fico pensando naquelas pessoas que realmente acreditam que o mundo irá acabar e estão se preparando, achando-se os grandes visionários. Que decepção (?!) ao ver que o mundo irá continuar, os problemas ainda estarão lá na manhã seguinte, e em muitos casos, ainda aqueles que foram criados justamente por a pessoa acreditar nisso e vender tudo, etc.
Acredito que interpretaram a profecia ipsis literis.
Acredito que o mundo irá, sim, passar por transformações, com a chegada de espíritos mais evoluídos. Os que nada aprenderam ainda, não mais reencarnarão e os 'novos' trarão uma nova mentalidade para a Terra. Do jeito que está, estamos mesmo caminhando para o fim do mundo.



Acho que a Terra viverá uma nova fase, que provavelmente começou no início deste século. O ano de 2012 é apenas uma data aproximada de uma coisa que pode, inclusive, já estar em andamento há alguns anos.
E, se o mundo fosse mesmo acabar, de nada adiantaria nossa preocupação e/ou preparação, estocando água, comida, construindo bunkers, etc.
As pessoas que assim pensam, se sentem privilegiadas por pensarem mais à frente, por se precaverem, por se sentirem eleitas para repovoarem o novo mundo que restaria, certamente depois de suas ingênuas preparações.


Acho que se o mundo irá acabar ou não ( e olha que lhes dou o benefício da dúvida!), o melhor a fazer é se auto avaliar, fazer projetos, planos para o futuro, seja ele onde ou como for.
Usar essa desculpa de “fim do mundo” para repensar sua vida, suas estratégias até aqui, o que deu certo, o que não deu, o que poderá dar...
Fazer realmente um divisor de águas, tal como fazemos todo fim de ano, quando apenas uma noite nos separa de outro ano e fazemos disso um grande evento, comemorando, fazendo promessas, planos, juras.
E usar esta encarnação para realmente aprender mais sobre si mesmo, sobre o outro, sobre a vida. Não apenas viver, mas saber por que vive.
Pense que esta oportunidade de fim do mundo não ocorrerá duas vezes (por motivos óbvios). Então, planeje 2013 e o resto de sua vida com muita atenção e cuidado.
Se não acontecer, como o fim do mundo, não se aborreça, apenas corrija a rota...



segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

HO-HO-HO


 
 
Era domingo. Início de Dezembro.

Mal a tarde se iniciava e já fazia muito calor. E ainda nem havíamos chegado ao verão!

Naquele shopping (?), ao final do corredor de entrada, logo a esquerda, um trono encostado à parede. Um homem, vestido de vermelho, barba branca e suando em bicas estava sentado nele. O tal homem, idoso, na verdade não estava exatamente ‘sentado’, mas escorado naquele trono. Segurava a cabeça com uma das mãos e parecia que respirava com dificuldades. As pernas, esticadas, e o sofrimento estampado em sua face afogueada, rubra, em função do calor que devia estar sentindo. Era Papai Noel.

Papai Noel??!! Sim, ele mesmo. As lojas mal haviam sido abertas, o público ainda chegava, tímido (provavelmente deveriam estar se refrescando numa praia ou em frente ao ar condicionado ou ventilador).

O nosso Papai Noel aguardava pelos seus pequenos fãs, mas podia-se notar que sofria horrivelmente naquelas roupas quentes, naquele corredor mais quente ainda e não parecia ter a menor disposição de receber ninguém, ainda mais por uma tarde inteira.

Senti muita compaixão por aquele velhinho que, para ganhar um extra, se dispunha a enfrentar horas sentado naquele calorão, ouvindo crianças e mais crianças, algumas assustadas, outras chorando e outras certamente puxando-lhe as barbas (neste caso, me pareceu serem reais).

Saí dali pensando nas tradições e na sua incoerência. Sou uma pessoa muito prática e sempre questiono aquilo que fuja do coerente.


Pensei que adotamos, aqui no Brasil, muitas tradições que nada tem a ver com nosso clima ou costumes, ou mesmo cultura. O Natal é uma delas.

Natal, na verdade, é a comemoração do nascimento de Jesus Cristo para os cristãos. Adotamos, porém, a outra versão para ele, que tem a ver com os povos nórdicos, onde um velhinho bondoso, que gostava de distribuir presentes em certa época, chamado Santa Claus, simboliza essa troca, a bondade, etc.

O dito velhinho, usava uma roupa vermelha e quente.
 
Justifica-se, pois ele morava em um lugar muito frio. Mas para quê ele usar vermelho aqui no Brasil? Moda? Não. Por causa da nossa neve em Dezembro, pleno verão?

E as pesadas botas, as luvas, o gorro (!) e o casacão, em veludo (!!) ? Certamente para enfrentar esse tempo que faz aqui nessa época...

“Ah, mas ele vem do Pólo Norte”, justificam. Fala sério!!
 
 
O que mais vemos por aí, são papais noéis encharcados pelo calor de dezembro, do verãozão que se inicia, na base, dos 30/35 graus. E de luvas!!

Os pobres (e agora mau-humorados) ‘velhinhos’, vez ou outra puxam a máscara ou barba falsa para se refrescarem. Em frente às lojas, muitos sacodem sinos para chamar clientes e ao mesmo tempo, se abanam (até mesmo com o próprio sino! Vale tudo!).

É penoso ver que uma tradição não tenha se adaptado ao clima tropical do nosso país e obrigue a todos a essa incoerência.

E as frutas secas, nozes, rabanadas, panetone e demais guloseimas, bem calóricas, energéticas, pra enfrentarem os dias quentes que faz nessa época. Para os países frios faz todo sentido, mas...aqui??!!
 
 

Nos comerciais na tv, vi outro dia uma menina brasileira, vestida numa linda camisola xadrez, de flanela (!!), e que deitava-se em frente a uma lareira, num pequeno sofá, para esperar pelo Papai Noel. Pode??!! Lareira? Flanela? No verão??!!

É inacreditável como até hoje não se questionou isso e procurou-se mudar, adaptar ao nosso clima. Talvez até alguém questione, mas quem de direito (os lojistas talvez), não mudam (por que senão ‘não terá a cara do natal’, certamente pensam) a tradição e criam uma nova cultura. Pode-se perfeitamente comemorar o natal da mesma forma, de maneira mais correta, sem tanto sofrimento e certamente, muito mais inteligente.

Ou será que se a tradição tivesse sido iniciada aqui o nosso papai Noel tropical, de bermudas, camisa floral, chinelos, seria adotado nos Estados Unidos, em pleno inverno? Será que teríamos por lá, papais noéis tremilicantes, congelando no frio extremo que faz nessa época do ano nesse país?

De qualquer modo, com frio ou calor, tenha um

FELIZ NATAL !!!


 

 

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

ESSE CARA SOU EU




A última música do Roberto Carlos tem agradado ao público, mas suscitado discussões. Ela é tema na novela das 21:00h e, portanto, excessivamente executada na trama e nas rádios.
Gosto muito da letra e também da melodia. É uma música romântica que traduz o sentimento de toda mulher romântica.
Destaco da letra os trechos que dizem: “...Está do seu lado pro que der e vier”...(companheiro, cúmplice), “...Seu melhor amigo...”(a amizade vem antes do amor; é ela que fundamenta e justifica muitas vezes uma relação),“...O cara que ama você do seu jeito...”(aceitação, compreensão)“...Que enxuga seu pranto quando você chora...” (solidário, protetor, amigo)“....O cara que sempre te espera sorrindo...” (que valoriza o ser amado, que demonstra sentimentos, amizade) e “...Que abre a porta do carro quando você vem vindo...”(educado, gentil, cavalheiro)





Não importa! Quem está à procura do seu príncipe (ou já achou) quer sempre a mesma coisa: romantismo acima de tudo.
Um relacionamento amoroso é composto de muitos nuances, mas o fundamental é ter romantismo, por que é isso que dá a graça na relação, o charme, a mantém viva.
Mesmo as mulheres mais independentes gostam de ser mimadas, paparicadas, protegidas...
E por que esse romantismo, muitas vezes, só acontece durante o namoro e/ou noivado? Por que acaba quando chegam ao casamento?
Outro dia, eu estava à mesa com meu irmão e sua noiva. Estão juntos há bastante tempo e ele sempre foi um lord com ela (como costuma ser com as mulheres em geral, diga-se de passagem).
Ele foi servi-la e ela se apressou em servir-se. Percebi que ela fez isso por amor, por delicadeza, por não querer atarefá-lo ainda mais. Eu, então, comentei bem humorada, que ela deveria aproveitar enquanto ele ainda faz isso, por que depois de casados, a coisa certamente irá mudar.
Ela me olhou com surpresa e depois olhou para ele de volta, meio assustada. Ele apenas sorriu, entendendo a brincadeira e o quanto de verdade existe nessa observação de um casal.




Com aquela expressão ela parecia nos dizer que nunca tinha pensado que ele algum dia mudaria esse jeito tão romântico, delicado e gentil de ser. Parecia que nunca tinha lhe passado pela cabeça que ele pudessem ter uma relação diferente daquela que têm tido todos esses anos, como se ficassem congelados no tempo de namoro e noivado, com suas personalidades estáticas, sempre iguais (me lembrei agora do filme “A vida em preto e branco”, em que tudo é sempre lindo, previsível e ingênuo).
Mas voltando à pergunta: o que muda depois do casamento, para que o romantismo se perca? É uma pergunta velha, batida e tem muitas respostas. Os casados certamente falarão com mais segurança de algo que conhecem, mas penso que qualquer pessoa está apta a ter um parecer, um diagnóstico, apenas observando os outros.

O que todos dizem é que a rotina, a falta de novidades, a conquista que já foi feita, a intensa convivência, tudo isso faz com que não haja mais interesse em cercar o parceiro/a, a relação em si, de cuidados. É como se o romantismo fosse uma bobagem.
Mas, o que é o romantismo, afinal? Busquei na internet uma forma de defini-lo e encontrei dicas que achei interessantes:
Como ser romântico: 1. Seja criativo na hora de personalizar um gesto. Um dos instrumentos mais eficazes de romance é conhecer verdadeiramente seu parceiro. Descubra o que ele ou ela gosta e quer. Quanto mais você souber, mais você poderá personalizar o romance. Rosas vermelhas no dia dos namorados pode ser tradicional, mas raramente são românticos, especialmente se você comprar as mesmas rosas vermelhas todos os anos. Em vez disso, tente personalizar o gesto, não apenas num feriado. 2. Arrume tempo para ficarem sozinhos. Um romance precisa de um tempo para o casal, longe da rotina e pressões diárias. É possível ser romântico em uma casa cheia de crianças, mas é necessário mais trabalho. Às vezes, você só precisa sair de casa e passar o tempo conversando e tocando um ao outro.
3. Considere um pouco de competição. Quem é a pessoa mais romântica na sua relação? É você ou o seu cônjuge? Se você precisa insuflar o romance, experimente um pouco de competição. Crie planos e presentes para estarem juntos e compitam para ver quem tem a melhor idéia. Não deixe que a concorrência ser muito acirrada, mas lembre-se que um pouco de competição pode ser saudável e você pode ficar mais motivados a ser romântico. 4. Seja sincero. Se você não sentir romance, não tente fingir. A falta de sinceridade é mais desoladora do que o desinteresse. Seja justo com a pessoa em sua vida sendo sincero no seu romance. Não faça coisas que você não sente só porque você acha que deve. Qualquer um pode ser romântico. Se você ama seu parceiro e quer mostrar o quanto, considere seguir estes passos. Adicione um pouco de romance ao seu relacionamento e você pode reacender a chama”. (Fátima Calado)




Assim, podemos perceber que não é difícil fazer pequenos agrados no dia-a-dia, surpreender e valorizar quem você gosta. Isso aproxima um casal. Quando um dos dois não é assim e o outro é, é necessário a conversa, por que quem é romântico se ressente de ser sempre ele a agradar o parceiro e nunca receber nada. A troca faz parte. É como se a pessoa que recebe e não tem iniciativa, nem mesmo para corresponder, não desse a devida importância ao outro. É como se passasse essa mensagem, através da ausência de um ato mais generoso, delicado. Talvez demonstre seu amor de outras formas, mas o romantismo deveria fazer parte de toda relação.
E nunca acabar...


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

HÉROIS



Você tem (ou teve) um herói?
Normalmente, é na infância que elegemos nossos heróis. Primeiramente podem ser os pais ou pessoas próximas e depois os dos desenhos animados, histórias em quadrinhos, filmes de ação.
Herói é aquele coisa meio mítica, meio irreal, que faz parte de nossas fantasias. Escolhemos esse ou aquele por representar qualidades que nós temos (e não sabemos) ou que gostaríamos de ter algum dia.
A wikipedia traz uma definição bem interessante:

Herói é uma figura arquetípica, que reúne em si os atributos necessários para superar de forma excepcional, um determinado problema de dimensão épica. Do grego ‘hrvV, pelo latim heros, o termo herói designa originalmente o protagonista de uma obra narrativa ou dramática. Para os Gregos, o herói situa-se na posição intermédia entre os deuses e os homens, sendo, em geral filho de um deus e uma mortal (Hércules, Perseu), ou vice-versa (Aquiles). Portanto, o herói tem dimensão semidivina.
Nunca fui muito de idolatrar pessoas ou mesmo de ter heróis. Sempre digo que meu ídolo, meu modelo preferido, é Jesus. Tenho muita admiração por ele. Mas, ultimamente, uma pessoa que não tem essa importância divina, que é bem terreno mesmo, tem chamado minha atenção e conquistou minha admiração. Trata-se do presidente do Supremo Tribual Federal, Carlos Ayres Britto. O texto abaixo, nos informa sobre sua aposentadoria.

“Sergipano, Ayres Britto foi indicado para o STF pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. O ministro assumiu a presidência da corte no dia 19 de abril de 2012, nove anos após ingressar no tribunal.
A gestão do ministro que presidiu o julgamento do mensalão, o maior da história do STF, terá exatos sete meses de duração. Em situações normais, os mandatos dos presidentes do tribunal se estendem por dois anos.
O curto mandato do ministro Carlos Ayres Britto na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) já tem data para se encerrar: dia 18 de novembro, data em que ele completa 70 anos.
A Constituição determina que os servidores públicos têm de se aposentar, compulsoriamente, aos 70 anos.”


Quando soube disso, lamentei profundamente. Não lembro quando passei a admirá-lo, mas certamente foi justamente pelo seu modo íntegro, honesto e direto de ser.
Lembro de vê-lo discursando, seja como relator ou como 'julgador', mas sempre dizendo as verdades mais cruas com um sorriso e um olhar direto para a pessoa que estava sendo julgada. Assim, corajosamente, claro, direto. Gosto disso!
Ainda mais por que me acostumei a não crer em políticos e nem no judiciário.
Recolhendo da internet o texto abaixo, dá pra ter uma noção de seu pensamento:

“Em seu discurso de posse, Britto enalteceu a Constituição Federal, a qual considera a “menina dos olhos da democracia”. “A Constituição conferiu ao magistrado o dever de guardá-la sobre pau e pedra, o que faz do compromisso de posse uma jura de amor”, disse. E anunciou que, como presente de posse, vai distribuir, aos ministros e convidados, uma versão atualizada da Constituição Federal.”
Ainda durante a posse “o ministro Celso de Mello, citou alguns julgamentos importantes dos quais Ayres Britto foi o relator. Entre eles, o que liberou o uso de células-tronco embrionárias para pesquisas científicas, o que autorizou a união civil homossexual e o que discutiu a demarcação de terras indígenas da Reserva Raposa Serra do Sol.

Esse modo de ver as coisas, de interpretar as Leis, nos mostra uma pessoa com a mente aberta, sem preconceitos, que evoluiu. Não se deixa intimidar por opiniões contrárias e diz aquilo que pensa, faz o que acha certo.
Acostumamos a nos decepcionar com os mandatários da Nação, com aqueles que detém o Poder, mesmo que temporariamente. Nos acostumamos a ver imperar a injustiça, a ver grassar a desonra, o desrespeito com a coisa pública. E até mesmo com a corrupção temos tido tolerância. Muitos políticos são desmascarados, com provas mais do que suficientes, mas nunca são condenados.
Ou melhor, não eram...
Infelizmente, quando surge alguém calmo, tranquilo, que fala as verdades abertamente, sem se alterar e com um sorriso no rosto, essas mesmas Leis, sempre tão conspurcadas e injustamente interpretadas, aplicadas, precisam ser cumpridas. Ele se aposentará.
Ayres Britto é um raro exemplo de sensatez, sobriedade e integridade. E de unanimidade.
Espero nunca descobrir algo que desabone essa imagem que faço dele, embora tenha descoberto ao longo de minha vida, que até mesmo os heróis são falíveis...
Valeu, Ayres Britto!







quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ROTINAS




Acredito que a maioria de nós tenha rotinas. Principalmente quem trabalha fora e precisa dela pra se organizar. Quem fica em casa também, por que senão as coisas desandam, viram um caos.
Mas, Meu Deus, como a rotina pode ser benéfica e massacrante ao mesmo tempo! Nossa!
Já viu o filme Feitiço do Tempo? É um filme com Bill Murray, mas que está sempre repetindo (um paradoxo isso, não?). Abaixo, a sinopse comentada:
Um evento inexplicável mantém um repórter especializado em meteorologia vivendo sempre o mesmo dia. À primeira vista, “Feitiço do Tempo” (Groundhog Day, EUA, 1993) é apenas uma simpática e despretensiosa comédia com um pequeno toque de realismo fantástico, na tradição de obras como “A Felicidade Não se Compra”. O filme de Harold Ramis funciona perfeitamente nesse nível elementar, mas é também uma parábola sobre crescimento e maturidade. Em resumo, o filme funciona como uma fábula sobre como alguém pode aprender a utilizar em proveito próprio as dificuldades da vida, usando-as para se tornar uma pessoa melhor.”
Ou seja, embora os eventos se repitam, todos os dias ele tem a oportunidade de mudar as coisas, de fazer diferente. Consequentemente, alterando o resultado.


Me peguei nesse Feitiço do Tempo inúmeras vezes, mas ultimamente chega a ser surreal.
Semana passada, estava indo trabalhar e, em determinado ponto da minha rua, vem outro carro na direção contrária. Ao passar por mim, olho para o interior e vejo um homem, camiseta branca, bocejando e se espreguiçando. No dia seguinte, exatamente no mesmo ponto, a cena se repete. Mas era tudo igual mesmo! Até a mesma camiseta branca, o mesmo jeito de se esticar, tudo! Por um segundo fiquei desnorteada, sem saber que dia era.

Quando estaciono meu carro, próximo ao trabalho, encontro uma moça, que sai do prédio em frente, atrasada para pegar um ônibus. Outro dia, vi o motorista parar fora do ponto, pois ela se atrasou mais do que o normal (ou ele se adiantou, não sei). E TODOS (!) os dias, é aquela correria dela pra pegar o ônibus.
Ao passar por outra moça que leva o cachorro pra passear, TODOS os dias, quando me aproximo, ele está lá, fazendo xixi na mesma árvore, no mesmo horário.
Tem também a moça que sai da garagem (com dificuldade, pois é estreita), quando eu me aproximo e vai na contramão por um pedacinho da rua até chegar a um estacionamento e sair pela rua em frente (todos os dias ela tem a rotina de cometer a mesma infração).
As rotinas nos fazem bem quando dão segurança, mantendo nossa organização, garantindo que tudo saia como o planejado. E só.
No mais, a rotina empobrece nosso dia, pois o faz sempre igual, com pequenas alterações.
Não gosto desse comportamento maquinal, de esteira de fábrica, que é só repetição (aliás, seria o último lugar para eu trabalhar, por que não suportaria aquela mecanização do ser humano. Passaria o dia inventando um jeito de fazer as coisas diferentes, mais fácil, para mim e para os outros).

A rotina pode ser conveniente. Todos os dias ao ir para o trabalho passo pela mesma rua para entrar em outra. Embora tenha mais três opções de rua de atalho, mas essa facilita, por que é mais curta e não tem morros, como as outras. Mas fico enjoada de fazer aquele trajeto, tenho vontade de mudar.
Preciso sair sempre no mesmo horário, em virtude do trânsito, e isso também me cansa.

Ao mesmo tempo que a rotina dá segurança e conforto, ela me faz sentir refém. Preciso constantemente de estímulos e me sinto dividida entre me sentir segura ou estimulada. Gosto de novidades, fico mais alerta, os olhos mais abertos, a expressão mais alegre e, por isso, a rotina me deixa estressada. Gosto de tentar me adaptar ao novo, de ver como funciona, me encanto. Ao mesmo tempo, quando faço algo fora da rotina no meu dia, fico muito ansiosa até chegar o momento da mudança. Basta uma consulta médica, por exemplo. Passo o dia inteiro tentando planejar o passo-a-passo para que tudo dê certo. Ao mesmo tempo, se compro algo novo, principalmente eletrônico, quero saber como funciona e gosto de aprender sozinha, sem os manuais. Vibro a cada descoberta. Também gosto da coisa inesperada, do tipo “hoje a aula será diferente”.
Tem pessoas que são mais rígidas e não gostam da mudança na rotina por perderem o controle da situação e também pelo estímulo, pela novidade, que as incomoda. Têm dificuldades na adaptação.
Um local perfeito para esse teste é o de trabalho. A maioria resiste às mudanças, não se adapta e diz: “por que antes era assim...” Há a necessidade de um psicólogo organizacional para isso, para as transições, a fim de que as coisas e pessoas mudem gradualmente, gerando menos estresse e inconformismo (e até mais produtividade).
E aí? Preparado(a)? O que vamos fazer fora da rotina hoje?




quarta-feira, 12 de setembro de 2012

ELEIÇÕES II




Tenho assistido ao horário eleitoral meio involuntariamente, meio por acaso.
Mas, ao mesmo tempo que me divirto, principalmente com os candidatos a vereador, também fico perplexa, pasma, com tudo que vejo e ouço. É uma verdadeira escola!

As palavras ' mudança' ou ' mudar' são repetidas à exaustão. Parece que todos sabem o que o povo quer, mas efetivamente isso não acontece e, principalmente por que é o próprio povo quem coloca essas pessoas no cargo. Ou seja, é um ciclo vicioso.
A batida estratégia de usar a cor azul nas roupas pra passar tranquilidade e segurança, por exemplo, não 'cola' mais (pelo menos não para mim).
Os candidatos a vereador são um capítulo à parte. A maioria é 'sem noção' das coisas mesmo. Sinto ' vergonha alheia' ao ouvi-los. Tem aqueles que gesticulam para acalmar o nervosismo, tem aqueles que tentam um sorriso que provavelmente nunca está lá, tem aqueles que, na tentativa de ficarem apresentáveis, se tornam ridículos.

Tal é o caso, por exemplo, de uma candidata que fez uma escova no cabelo igual fazem na minha cachorrinha quando ela vai ao banho semanal no Pet Shop. Igual!! Juro!!Tem outra que tem a aparência de uma extraterrestre. Parece que a qualquer momento vou ver crescerem orelhas pontudas nela e se materializar em seu corpo um macacão à lá Dr. Spock.
Independente da aparência dos candidatos, esse mundo que eles sonham é tão irreal, mas tão irreal, que quase consigo ver a nuvenzinha que o carrega.

Prefeitos e vereadores nos acenam com uma creche em cada bairro, um policial em cada porta de escola, jovens longe das drogas, trabalhando, com acesso médico rápido, fácil, tarifa de ônibus zero (agora não mais apenas para estudantes, mas para toda a população!), elevados, pontes, praças, áreas de lazer, todas as ruas asfaltadas! Todos com a saúde, educação, transporte e segurança em dia, tal qual num país de primeiro mundo, mas daqueles bem primeiro mundo mesmo!

Tudo funciona tão bem nessa cidade idealizada por eles, que fica difícil a gente acreditar. Nem o povão, que está sempre ouvindo essas promessas em todas as campanhas (e continua votando) deve acreditar também.
Até os contos de fadas já se modernizaram para poder atingir seu alvo, o público infantil, mas as promessas e as estratégias dos políticos continuam as mesmas, ano após ano, e as pessoas continuam vendendo seus votos, se iludindo.

Outro dia ouvia uma candidata a vereadora dizer seu slogan: “ Não vou dizer o que vou fazer. Vote em mim e verás!” (muito dúbio, isso não?)
Outros têm mania de perseguição: “Não faço o jogo do prefeito, não tenho rabo preso com ninguém”!
Aliás, esse ano houve uma overdose de candidaturas a vereador. Esse súbito ataque de civi$mo talvez se deva ao salário, muito atraente.
O pior mesmo é quando eles começam a baixaria de acusarem-se mutuamente (os candidatos a prefeito, bem entendido). Na verdade, eles mandam alguém defendê-los publicamente ( a imagem do candidato não deve estar vinculada à essas mesquinharias) e o tom de 'indignação' de quem está lendo a 'nota de repúdio' é tão falso quanto uma nota de R$ 3,00. Aquela pessoa foi paga para ler aquele texto e não parece comprometida. Assim como aqueles que dão depoimentos 'espontâneos' favoráveis ao candidato.

Abusa-se de mostrar o candidato em família, cumprimentando as pessoas nas ruas, em carreatas, segurando criancinhas num instinto materno/paterno subitamente desenvolvido para a campanha.
É tudo tão apelativo!!
Por tudo isso, vamos pensar seriamente no nosso futuro e votar com muito critério, após refletir sobre quem pode realmente fazer a diferença (se é que algum pode mesmo), mas acho que vale a pena tentar!

VOTE CONSCIENTE!!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

ELEIÇÕES 2012




Ontem eu estava parada num semáforo e, na minha frente, um carro com propaganda política. Uma foto do candidato a prefeito, a legenda do partido e uma foto do candidato a vereador.
O nome do tal candidato a vereador é, simplesmente, Clonny. Mas de quem?! Me pergunto eu...
Passei o restante do trajeto pensando nisso, nessa estranheza que os nomes que surgem agora nos causam. Assistir ao horário político é até divertido hoje em dia.
Você conhece o Pézão? Não? E o Pezinho? (não é o do teste) São candidatos! Ainda dentro dos superlativos e diminutivos, temos o Renatinho, o Roninho, Jorginho...
Mas a Elis Regina você conhece, a cantora. E a Elis Rejane, candidata a vereadora?


Tem nomes estranhos como "Vina da Caverna" (fiquei um bom tempo pensando e tentando descobrir por que esse 'da caverna'...meio assustador, né?) ou Analto “Pereba” ?(como se 'Analto' já não fosse suficiente...) E ainda tem o “Darci chutando o balde”! Mais estranho que isso...
Tem muitos que usam seus apelidos como “Forte”, “Preta”, “Queixinho”...(esse último entrou e saiu da lista dos diminutivos lá de cima. Não sabia em que categoria deveria encaixá-lo...) e ainda um interessante, o “Preto Especial”!
Tem nomes inesquecíveis, como “Phernanda”. Isso mesmo! Com PH!!


Tem aqueles que apelam principalmente para o lado emotivo dos eleitores. Uma aparece na TV com seu cachorro ( ela defende a causa animal), outra com o filho (?) deficiente físico. Temos também dois deficientes visuais. Temos negros e até...uma índia e um cacique!!
Tem aquelas que também apelam para o lado familiar, sentimental, como Vilma a “mãe” dos surfistas, “Vovó” Laura, “Vó” Wilma, “Dona” Edula...
Mas, a grande maioria mesmo, se aproveita dos conhecidos que faz através da profissão e 'agrega' ao nome desconhecido e simples. Sendo assim, temos a Patrícia do Posto de Saúde (é importante não esquecer de qual. Vai que vota na Patrícia errada?), Samuel do Táxi, Valmor da Comcap, Júlio Vargas da barbearia (será que tem mais de um Júlio nessa barbearia?) e, por falar nisso, como lembrar, na hora de votar, qual é o candidato certo, se temos o “Professor Ricardo”, o “Mano Ricardo” e o “Doutor Ricardo”? Tem ainda a Glória do Panorama (Panorama é um conjunto residencial, financiado pela empresa que eu trabalho. Ahá! Esse eu sei, viu?) ou então o “Maçan (?!) Sidi (?!) do Posto” (esse, como esquecer?)


Nessa enxurrada temos muitos professores (contei uns 12 mais ou menos), médicos (Dr. Isso, Dr. Aquilo), delegados, religiosos (muitos pastores...mas tem também a “irmã” Salete. Ôpa! Será que essa não seria da categoria “familiar”?), Ton "Vigilante”, Renato Geske "da Fármacia", alguns soldados e até um coronel! Esse fiquei na dúvida de enquadrá-lo na categoria das Patentes ou se na categoria dos apelidos, ou ainda na das emoções, pois o nome dele é...Coronel Paixão!
Tem até aqueles que acreditam no seu taco, a turma do “já ganhou”, como a “Aninha Vereadora”( tudo bem, essa deve querer se reeleger. Especial atenção com essa categoria, hein?)

E, quase por último, o patriótico “Brasil”!

Mas, aquele que não poderia faltar e em quem depositamos todas as fichas:
“Salvador”...