quinta-feira, 22 de março de 2012

OPRESSÃO



A opressão é um sentimento aviltante.
A foto abaixo poderia ser usada de muitas maneiras, pois circula livre pela internet. Eu mesma já a recebi num mail sobre criatividade. A gente acha interessante quando olha e realmente fica engraçado, tem seu humor, mas ao mesmo tempo é imensamente triste. A pobreza gera a criatividade. Uma pessoa oprimida também precisa dela pra sobreviver.
Essa foto é um caso extremo de opressão pela pobreza.

Há a opressão pelo corpo perfeito, gerando inclusive distúrbios psicológicos, como esse abaixo.


Há a opressão pela força, pela tirania. Essa nós temos fartos exemplos. Podemos ser tiranizados por um governante, pelo trabalho, por uma vida sem graça, pelo trânsito.
A tirania dos governantes, dos ditadores melhor dizendo, é sem dúvida um dos piores exemplos de supressão da liberdade, seja física, seja moral, seja do pensar.
E quantos exemplos temos tido de pessoas que lutam pela liberdade, derrubam e até matam esses tiranos? A opressão gera uma opressão que faz com o que o indivíduo primeiramente, depois um grupo e, finalmente uma nação, possam ter forças para lutar contra o que os oprime.


As pessoas chegam no limiar de suportar aquela situação e aí, então, o desejo de sair dela é tão forte que surge a coragem, a criatividade e até mesmo a violência.


Às vezes, precisa-se de muito tempo para que se consiga atingir esse objetivo de se livrar da opressão, mas ele chega em algum momento. Inicia-se com pequenos movimentos, mas que vão encorajando outros e há o Dia do Juízo Final, o Dia da Libertação.
Onde estão os tiranos que torturaram nações inteiras? Eles se multiplicam até hoje, mas todos, sem exceção caem. Mesmo que seja pela morte natural.
Onde estão Hitler, Stálin, Mussolini, Saddam, Pinochet, Pol Pot, Kim Jong-il, Kadafi (que tiranizou por 42 anos um povo), Franco? E os ditadores africanos? Bom, desses últimos ainda tem alguns espalhados.
E os modernos, como Fidel e Chaves? Ambos doentes, com câncer.


Para quê tudo isso?!
Teríamos inúmeras respostas, como o gosto pelo poder, a ambição e a vaidade, por exemplo. Mas a opressão e o sofrimento consequente que tudo isso gera, é inestimável.


Uma mulher pode ser oprimida pelo marido machista. Outras, por toda uma cultura.
Uma criança, pela violência dos pais ou responsáveis.
Podemos ser oprimidos pelo excesso de trabalho, pela falta dele e pelas chefias.
Podemos ser oprimidos pelo trânsito, pela violência (cada vez mais corriqueira), pela falta ou excesso de cultura, pela falta ou excesso de informação, pelo consumismo, pela falta de dinheiro, pela ignorância, pelo progresso.


Tenho me sentido oprimida em muitos sentidos ultimamente. Seja no trabalho, no trânsito ou mesmo onde moro. A rua que resido está se transformando numa rua comercial, com tudo que isso implica. É o progresso. Mas se esse progresso visa melhorar a vida dos cidadãos, também deixa atrás de si um rastro de muitas consequências. Era uma rua calma, tranquila, segura, larga. Está se transformando numa rua apertada, com carros circulando o tempo inteiro, em todas as direções e perigosamente nos cruzamentos. Há trechos que dá um nó, ninguém se entende no trânsito. Há ainda os que insistem em deixar os filhos no colégio e estacionam em fila dupla, desavisados que agora tudo está ficando mais rápido e difícil. Há o banco que se instalou quase ao lado da minha casa, gerando além de movimento excessivo, insegurança. Agora nossa rua está virando um lugar de poucos estacionamentos, porque os clientes e funcionários do tal banco se aboletam por ali. E ainda vai abrir agência de outro banco no lado oposto da rua, mas bem pertinho de nossa casa. Vai ficar ainda pior.
O trânsito para me deslocar ao trabalho está cada mais pesado, mais engarrafado, em todos os horários. Até mesmo na BR, no fim do dia, próximo das 18:00 horas está tão carregado, que brevemente teremos que instalar sinaleiras em toda sua extensão dentro do perímetro urbano!
Temos que sair de casa (e dos lugares em que estamos) cada vez mais cedo, pois o tempo se torna curto num engarrafamento. E isso é diariamente. Gera stress e stress oprime.
Se já não bastasse, a empresa em que trabalho há 26 anos vendeu nosso estacionamento e agora há o problema de conseguir onde estacionar. Os pagos, estão superlotados. As ruas, cada vez mais inseguras. No primeiro dia em que deixei o carro na via pública já tive o espelho retrovisor externo quebrado.
Deixamos o carro no início da manhã ou tarde e não sabemos como iremos encontrá-lo. Ou se iremos encontrá-lo. Os motoristas que se revezam nas vagas barbeiramente deixam pistas. Isso é opressão.
Uma chefia que ameaça os funcionários com demissão, oprime.
Em minha casa estamos sem faxineira e todos saem o dia inteiro. A noite, precisamos colocar a casa em ordem e isso significa uma dupla jornada de trabalho. Isso oprime.
O clima está cada vez mais confuso e imprevisível. O verão, de tão escaldante, se torna torturante e o inverno, cada vez mais rigoroso.
As pessoas estão até usando sombrinhas por causa do sol quente. Isso é coisa que foi abolida há pelo menos um século! E teve que retornar, mas não por motivos culturais, e sim pela necessidade mesmo. É um retrocesso!
O ar condicionado não é mais um artigo de luxo, mas de primeira necessidade.
Enfim!


Mas a opressão, embora tenha seu lado negativo e desperte sentimentos como humilhação, frustração e impotência, também nos impulsiona para frente, por que buscamos sair dela e, consequentemente, mudar nossa conduta, nossa acomodação, nossos conceitos (ou pré-conceitos).
A opressão faz isso mesmo: PRESSIONA.
Seja uma pressão interna ou externa, ela faz com que nada fique estático. Nos obriga a pensar, refletir e gera uma ação, uma atitude.
Se vermos isso pelo lado positivo, evoluímos. Do contrário, sucumbimos.
LIBERTÉ, EGALITÉ, FRATERNITÉ !” (Liberdade, Igualdade, Fraternidade)
LIBERTAS QUAE SERA TAMEN !” (Liberdade, ainda que tardia!)
E: VIVA LA REVOLUCION!”


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