quarta-feira, 30 de maio de 2012

O VALOR DA AMIZADE



“Se eu não fizer o que tu quer, mesmo assim tu vais continuar sendo minha amiga? “

Ouvi essa frase de minha sobrinha de 6 anos, quando tentei convencê-la a extrair seu dente de leite que estava por um fio.

Achei ensejo para muitas reflexões quando ouvi isso.

Ponderei na ingenuidade, inocência, infantil e do quanto amo isso, de não fazer joguinhos, de falar o que se pensa.

Pensei também, e mais detidamente, sobre a questão da amizade. Ela me deixou claro, naquele momento, o quanto minha amizade é importante pra ela, como ela valoriza. Isso me lisonjeou e enterneceu.


Ao longo de minha vida sempre tive muitos amigos. Ou melhor, na infância eram pouquíssimos, eu era tímida e muito introvertida. Na adolescência comecei a ser mais falante e com isso acabei fazendo mais amigos.

Fiz amigos na escola, na academia, na vizinhança, em cursos, na faculdade e das maneiras mais inusitadas possíveis.

Gosto de conversar com as pessoas e faço isso em qualquer lugar. A princípio, gosto de todo mundo.

Com isso, muitas amizades são formadas.

E, principalmente, PRESERVO a amizade, mantenho-a viva.

Não esqueço de aniversários, de mandar um mail, um cartão...respondo a cumprimentos, e-mails, cartas...

Quando não havia internet, era mais difícil, tinha que ir no correio, mas mesmo assim sempre fui. Faço questão!

Acho que essas delicadezas são fundamentais para manter a amizade VIVA! Pensar na pessoa, apenas, não basta, por que ela nem sabe disso. Então, gosto de fazer um agradinho, para alegrar a vida dela naquele dia, pra que ela saiba que gosto dela de verdade. Acho tão simples, tão fácil!

E dizer que não tem tempo, francamente...A gente arruma tempo pra tanta coisa, não é?

Acho que faço por que VALORIZO as pessoas, as amizades.

Naturalmente que amizade não é só isso. Ela tem um sem número de representações.

Já muito se escreveu sobre o assunto e seria redundante qualquer coisa que eu pudesse também escrever aqui. Mas ter amigos sinceros, verdadeiros, é uma dádiva. A lealdade, pra mim, é uma das melhores virtudes que qualquer pessoa possa ter, mas num amigo é fundamental!


No começo de minha vida social, sofria muito com as falsidades, mas com o tempo, aprendi a aceitar isso (pero non mucho).

Na verdade, temos muitos 'conhecidos', por que pra chamar alguém de AMIGO considero uma coisa muito séria, especial.

Minhas amizades são as mais variadas possíveis. Não estabeleço regras, nem tenho preconceitos e já fui criticada por isso. Muitas pessoas achavam que eu me tornaria igual a pessoa que eles condenavam, apenas por sair com ela. Com o tempo, perceberam que isso não iria acontecer por que tenho a 'cabeça no lugar', com uma personalidade firme e delineada (e também detesto “Maria-vai-com-as-outras”).


O amigo verdadeiro tem que chorar contigo e se alegrar também. Não há espaço para inveja. Ele não espera que tu peças, se oferece.

Já trabalhei em terapia sobre ter expectativas muito altas com relação à amizade. Resolveu em parte e hoje consigo ser menos exigente, mais flexível, mais compreensiva (eu disse menos, não deixei de ser ainda).

Interessante que, com o tempo, as amizades vão mudando também. Ou nós é que mudamos com relação à essas mesmas amizades? Tem amizades que não evoluem com a gente. Tem um momento que não temos mais nada em comum com aquela pessoa, nos distanciamos, e há ainda aqueles que nos perguntamos como algum dia pudemos pensar que tínhamos.

Temos fases e, em certas épocas, nos aproximamos mais de um tipo de pessoa. Quando a fase passa, estranhamos.


Há amigos que são pra vida toda, que a cada vez que nos encontramos parece que o tempo não passou, mesmo que tenha passado 20 anos! Nós mudamos juntos, mesmo a distância, e nos aceitamos e respeitamos nessa nova 'embalagem', nessa nova essência. A pessoa tem novos hábitos, outra forma de se comportar e ver a vida, mas isso não abalou a amizade. Pelo contrário! Aprendemos com esse novo jeito de ele/ela ser.

Há amigos com quem me entendo apenas pelo olhar. Em outros, amo o senso de humor.

Há aqueles que admiro a solidariedade. Em outros, a delicadeza nos gestos, a boa educação, a discrição.

Há aqueles que me levantam, me põem pra cima, me incentivam. Outros são cúmplices.

Há os perto e os distantes, aqueles com quem me comunico só por e-mail.

Há aqueles que nunca esqueci, mesmo tendo passado muito tempo.

E aqueles que nem quero lembrar que um dia conheci.

Há aqueles que me emocionam, que me deixam irritada, que me fazem rir, que me impacientam...

Enfim, tenho todo tipo de amigos e quero continuar cada vez mais aumentando esse círculo, por que todos precisamos uns dos outros e “NINGUÉM É FELIZ SOZINHO”!





Um comentário:

  1. Linda crônica... realmente seria terrível viver sozinho, obrigada por deixar-me fazer parte da sua vida... bj

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