quinta-feira, 14 de junho de 2012

COTAS




"Cotas ampliam presença de negros no curso de Medicina da UFRGS"
Marcelo Gonzatto (Zero Hora)

Desde as 8h30min de quarta-feira, 13/06, antes restrito a uma maioria esmagadora de estudantes brancos, o curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ganhou uma proporção inédita de rostos negros na matrícula para o segundo semestre, feita ontem, graças a mudanças realizadas no mais recente vestibular. Mesmo com a implantação das cotas, em 2008, o ingresso de negros egressos de escolas públicas em cursos muito disputados como a Medicina era mínimo. No primeiro ano, por exemplo, somente brancos conseguiram superar a nota mínima exigida para ocupar uma cadeira na academia. A partir do último concurso, essa nota de corte foi eliminada. Isso facilitou o preenchimento das 21 vagas – de um total de 140 – destinadas ao programa de promoção étnica.
O perfil dos futuros médicos
Jéssica Franco
Idade: 20 anos
Cidade: Porto Alegre
Filha de professor estadual, Jéssica já tem planos bastante detalhados para quem mal pisou nos corredores da Medicina da UFRGS. Antes mesmo da conquista da vaga, a ideia inicial da egressa do Colégio Tiradentes, da Brigada Militar, era ser neurocirurgiã. Porém, pensando enquanto aguardava a matrícula, decidiu manter em consideração outras três especialidades, oftalmologia, cardiologia ou pediatria:
— A chegada dos negros à universidade é muito importante para corrigir uma questão histórica.
William Oliveira
Idade: 19 anos
Cidade: Porto Alegre
— Com uma entrada maior dos negros na universidade, teremos uma quantidade muito maior de médicos negros, que hoje praticamente não existem.
Para entender
30% para cotistas – 15% para egressos do ensino público e 15% para egressos do ensino público autodeclarados negros;

Como era :
A universidade selecionava um grupo de alunos com melhor desempenho, cujo número variava conforme a quantidade de vagas de cada curso, independentemente de serem ou não cotistas. Se não houvesse cotistas, eles não ocupavam as vagas destinadas a eles. Isso ocorria principalmente com os negros.
Como ficou:
Em vez de selecionar os melhores colocados em geral, a UFRGS passou a fazer três seleções: os melhores não-cotistas, os melhores do ensino público e os melhores egressos da rede pública autodeclarados negros.



Primeiramente ouvi esta notícia no rádio e depois pesquisei na internet para entender melhor.
Sou CONTRA.
Explico: Sou racista com o racismo dos brancos, não aceito que se discriminem as pessoas, principalmente por algo tão arcaico como a cor. Mas, neste caso está, sim, havendo uma discriminação, só que desta vez com os brancos.
A escravidão é, realmente, a chaga moral de nossa cultura, de nossa história, é vergonhosa.
Mas daí a tentar reparar um erro com outro...



Estamos falando de uma profissão com uma responsabilidade gigantesca, que é a medicina. Independentemente de ser esta, ou outra profissão qualquer, que requeira estudo superior, como poderemos confiar num profissional que não conseguiu nem passar no vestibular, no teste admissivo para alguém que, supostamente, terá mais qualificação, pelo menos intelectual?
Tudo bem que a raça negra nunca teve muitas oportunidades (e essa é uma questão histórica), que a maioria não conseguiu ascender socialmente, nem estudar em bons colégios.
Mas, já que é assim, temos que trabalhar na base, nas escolas que formam estas pessoas, que as alfabetizam, para que na frente possam competir em condições de igualdade, independente da raça, da cor.

É muito paternalista querer incluí-los, sem que eles apresentem condições para tal. Se a pessoa, branca ou negra, não teve uma formação adequada, não dá pra simplesmente alçá-la ao estudo superior, por que certamente ele poderá nem conseguir acompanhar. E isso é só a ponta do iceberg!
Além disso, para ser um profissional da medicina é muito caro, dispendioso. E isso nem tem a ver com faculdades particulares, com mensalidades, mas com livros e outras necessidades. Tenho um primo que é branco, não tem um nível socioeconômico tão ruim, é mediano, mas teve muita dificuldade para conseguir se formar em medicina, não por causa do nível intelectual, mas na questão financeira mesmo. E se formou na UFSC!


Então, desta turma toda de “futuros médicos negros” (olha a discriminação na reportagem e dos próprios negros) quantos conseguirão efetivamente se formar? Se pra uma pessoa de qualquer classe social, cor, raça, já é difícil, muitas vezes não acontece, o que dirá de uma pessoa que começa entrando pela janela e sem condições de ' bancar ' a faculdade?
Acredito que um negro tenha tanta capacidade intelectual quanto um branco, não avalio pela raça (embora japoneses sejam tradicionalmente conhecidos pela inteligência), mas se é assim, ele deve esforçar-se como os brancos pobres, que também não tiveram bons estudos, e passar no vestibular!
Se começarmos a abrir precedentes, que profissionais sairão das Universidades ou que colocaremos no mercado? Se tendo uma boa formação já temos profissionais muito ruins, completamente sem noção, imagine sendo assim?
Eu aplaudiria, sim, se um negro ou branco, que, com todas as dificuldades financeiras, conseguisse (como Juscelino Kubitscheck de Oliveira) se formar em medicina. Isso é digno de nota, de aplauso. Pra quem conhece a biografia dele, sabe das dificuldades que enfrentou pra ser médico. E ainda se tornou presidente do próprio país! E construiu uma cidade (da qual hoje se envergonharia) do nada!
E não precisou de cotas...


Nenhum comentário:

Postar um comentário