sexta-feira, 22 de junho de 2012

QUANTO VALE?




Todos os dias passo em frente a uma loja de decoração e fico 'namorando' com um vaso que vejo na vitrine (mas parece que é platônico. Ele nunca retribui...)

Até que um dia desses, casualmente, vi a etiqueta com o preço bem à vista. Não acreditei que aquele vasinho (aliás, um par) custasse aquilo tudo. O vaso maior era cerca de duzentos reais e o menor cento e sessenta, se não me engano.

E aí me perguntei intimamente que critério se usa para colocar o preço num artigo hoje em dia. O tal vaso é simples, mas achei muito charmoso. Só. Não sei se é importado ou de um material caro, que justifique tal exorbitância, mas até mesmo pra mim, que não costumo pechinchar, estava demais. Simplesmente ele não valia aquilo tudo! Simples assim. Não achei caro pelo valor em si, mas por avaliar aquele vaso como algo aquém do preço pedido por ele.

Meu 'romance' com ele acabou antes de começar...



Mas esse não foi o único exemplo de valores inadequados. Leio mensalmente uma revista que tem de tudo um pouco e onde tem aquelas páginas de dicas sobre moda, maquiagem, cosméticos em geral, perfumes, calçados, etc.

Não canso de me surpreender no editorial de moda quando vejo roupas esdrúxulas, que ninguém deverá usar.

Mas, mais ainda, quando vejo um traje simples, mas caro, porque  tudo ali é de grife. Camisetinhas 'básicas' de duzentos, trezentos reais. Não tem NADA demais naquela camiseta! Um traje em que a sandália, custava exatos R$ 1.278,00 !! Era mais cara que a roupa toda! Lenços, cintos, clutchs, enfim, todo tipo de acessório, custando exorbitâncias! É claro que o material e o acabamento de um artigo contam muito, devem ser valorizados mesmo, mas o que me refiro é que parece que se perdeu a noção de valor na nossa sociedade. Falo aqui de valor material mesmo.



Acho que um artigo quando tem muitos custos para ser produzido, quando foi importado (Paraguay não vale), quando é de um material raro e caro, deve ser bem valorizado e pode custar mais caro. Paga-se o preço pela diferença do artigo, pela exclusividade, pela grife.

Mas quando são coisas comuns, sem nada demais, por mais que se olhe para averiguar isso, parece fora da realidade.

E o pior é que tem gente que dá esse valor todo!



Na verdade, a pessoa quer ter o artigo da moda, pra ter status, ser reconhecida por usar algo caro. Mas, quando pára pra pensar, será que essa pessoa tem noção do quanto isso é ridículo?

Estava vendo num site um carro que vale mais de sete milhões! Como se não bastasse, achei outro por cerca de dez milhões! Um carro! O que é isso?!!

Jogadores de futebol cujo salário mensal é astronômico! Apresentadores de televisão, de programas e de jornal, que também ganham muuuuuuuuito dinheiro. Por quê?

Sinceramente, não tenho nem invejinha branca, podem acreditar, mas me escandalizo com isso, por que pra mim, pelo menos, simplesmente NÃO VALE!



Pode ser um excelente profissional, mas NINGUÉM vale isso tudo!

Somos realmente o país das desigualdades, das injustiças, onde não se tem dinheiro pra saúde, educação e segurança, o básico, mas se paga muito por profissionais que são bons no que fazem, mas não são imprescindíveis como um médico, por exemplo.

Vi no telejornal, outro dia, pessoas sendo atendidas no chão por que não havia nem leitos, nem macas disponíveis. Pode?!

Não tem policiais nas ruas, a cidade foi tomada pelos criminosos, mas tem dinheiro para campanhas políticas...Pode?!

Os professores entram em greve todo ano, seja da rede estadual ou das universidades federais, mas sobra dinheiro para contratações milionárias seja em que esfera for. Pode?!

Parece que se perdeu a referência de valor (em todos os sentidos). Nossa sociedade está adoecida.

Precisamos, como diz aquele comercial, 'rever nossos conceitos'...

Urgente!



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