quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

ABRA A CABEÇA !


Eu conversava numa rodinha com uma amiga e outro amigo e ela nos disse que conhecia pessoas (que nós também conhecemos, eu e meu amigo) que costumavam fazer listinha de quem era gay e de quem não era entre seus conhecidos.
Fiquei pasma com essa informação!
“Que coisa mais idiota!” Foi minha reação (e falada claro).
O preconceito existe em todos os lugares e praticamente em todos nós, mesmo quando achamos que não estamos sendo preconceituosos.
Já mandei piada sobre gays pra um amigo gay, sem me dar conta do fato. Apenas quando vi a reação dele de constrangimento (óbvio), foi que me dei conta de que é claro que ele não acharia engraçado. Já mandei piadas sobre negros pra uma pessoa negra. Engraçado que nunca mandei piada de pessoas gordas pra alguém, pelo menos não que eu me lembre...rs
Mas o que é o preconceito?Vamos lá consultar no São Google, que traz como primeira opção a definição da Wikipédia: Preconceito (prefixo pré- e conceito) é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são: social, racial e sexual.
De acordo com outra definição, desta vez psicológica, que consegui em outro site, “a fonte do preconceito é uma personalidade autoritária ou intolerante. Pessoas autoritárias tendem a ser rigidamente convencionais. Partidárias do seguimento às normas e do respeito à tradição, elas são hostis com aqueles que desafiam as regras sociais. Respeitam a autoridade e submetem-se a ela, bem como se preocupam com o poder da resistência. Ao olhar para o mundo através de uma lente de categorias rígidas, elas não acreditam na natureza humana, temendo e rejeitando todos os grupos sociais aos quais não pertencem, assim, como suspeitam deles. O preconceito é uma manifestação de sua desconfiança e suspeita.” (Adorno, 1950)
Pensando desta maneira, podemos ver o por quê de as pessoas serem preconceituosas. Muitas vezes é uma questão cultural, que elas mesmas nunca pararam pra analisar, apenas ouviam o preconceito de seus pais e o reproduziam. Há que se ter uma personalidade bem definida e forte pra se questionar o preconceito.
E ele existe, como disse, em todos os lugares, classes sociais, em todos os níveis de conhecimento.
Há aquele machista declarado, como o enrustido, o gay declarado, como o gay enrustido e assim se vai pela vida afora. Há pessoas que dizem, até sem perceber:”ah, ele é negro, mas é limpinho, é direito.” Ou “ aquele moreninho”, na verdade querendo dizer negro, mas não falam com medo de serem pejorativos. Qual é o problema de se falar a palavra ‘negro’ ? Acho que tudo vai da intenção, do tom de voz, do que se quer dizer.
Acho que as pessoas merecem respeito em todas as situações.
Aquele que é vítima de preconceito sofre muito e, na maioria das vezes se cala, por que sabe que não levantar polêmica é, muitas vezes, uma saída estratégica pra não se sentir ainda mais humilhado com as palavras do outro, a não aceitação. E em outras vezes é por que percebe que tem pessoas com a cabeça tão hermeticamente fechada, tão obtusas, em sua ignorância, que não vale a pena discutir com elas e “gastar latim à toa”.
Sempre penso no preconceito como realmente uma rigidez de pensamento, como alguém que quer nivelar as pessoas, não aceitando as diferenças, o modo de ser de cada um. E daí que o fulano é gay? Qual o problema disso? E ser negro? Ser negro para alguns é sinônimo de ser ladrão, de ser ‘sujo’ e por aí vai. Por que isso? Claro que vem dos tempos da escravidão, mas já faz um tempinho que eles foram libertos, né? Como hoje em dia se pode pensar que a cor da pele de alguém define seu caráter?
Claro que a pouca escolaridade do Lula e do Tiririca nos deixam apreensivos quanto aos destinos do país, mas e o que dizer dos que lêem perfeitamente, escrevem até teses e, por isso mesmo, se aproveitam de seus cargos e se corrompem?Não é bem mais grave?
Falo aqui apenas dos preconceitos mais óbvios, mais comuns, mas todos temos, em algum nível, uma crença qualquer, que nos foi repassada e muitas vezes nem foi pensada, apenas aceita, e seguimos com ela vida afora, sem questionar, sem se colocar no lugar do outro, daquele que é o objeto do preconceito. E se fôssemos nós?
Muitas vezes somos, sim, objeto do escárnio alheio, seja pelo tipo físico ou jeito de ser, mas não nos lembramos disso na hora de discriminar o outro, apenas se ele tiver um ‘problema’ semelhante ao nosso. Ou não, como diria Caetano.
"A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original." (Albert Einstein)
Open your mind !!

CRÔNICA POSTADA EM 2011

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