quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

DATAS COMERCIAIS



O carnaval acabou na terça feira última, dia 08. Desde o início do ano não se falava em outra coisa, mas acabou. Foi assim: chegou e passou. Mas eis que hoje, dia 12 de março, um sábado, assisto a uma reportagem anunciando...a Páscoa! Tudo bem, faltam só 40 dias, não é muito tempo mesmo, mas a cada ano, mais cedo se ouve falar na data comercial seguinte. Na reportagem, os supermercados já estão decorados pra Páscoa. Ou seja, na quarta feira de cinzas, muito provavelmente, já estavam colocando ovos de chocolate pelos corredores, formando aqueles túneis. Assim, na segunda feira pós-Páscoa começam os anúncios para o Dia das Mães (Páscoa dia 24 de Abril e Dia das Mães 08 de Maio). Mas aí, já tem o Dia dos Namorados na sequência...
Essas datas já fazem parte do nosso calendário, estamos acostumados, sabemos que são verdadeiramente comerciais e estão distribuídas pelo ano inteiro, mas o que me surpreende cada vez mais é essa pressa no apelo, justamente o ‘comercial’. Nem dá mais pra gente se enganar de que está de fato comemorando a Páscoa ou o Dia das Mães, dos Namorados, dos Pais. Não! A gente se sente pressionado a comprar, comprar e comprar! E rápido! É cada vez mais visível a necessidade de vender, das promoções do ‘compre aqui’ ! Mal nos recuperamos da maratona do Natal e lá vamos nós de novo!
É gostoso comemorar essas datas, mas sem pressão. Apenas por diversão. Ah, chegou o dia das Mães? Então vou lá, compro algo de que sei que ela vai gostar, almoçamos todos em família, passamos um agradável domingo regado a churrasco, risadas, descanso. Mas quando assisto a TV com ‘trocentos comerciais me induzindo a comprar, ‘compre já’, ‘compre logo’, ‘compre agora’ ‘ sua mãe vai adorar’ e mais todos aqueles apelos bem piegas, me sinto enganada! A data perde todo o significado! Me sinto manipulada! É essa a palavra que buscava: manipulada!
E aqueles que nem mãe mais tem? O que fazem? Fazem de conta que não estão ligando, é só mais uma data, mas se entristecem, sim.
Acho que a função do comércio é vender, claro. Vivem disso! Mas o que me ressinto é a rapidez e a pressão pra isso, usando os sentimentos das pessoas, manipulando.
Novamente é aquela sensação de estar no mar, uma onda nos dar um ‘caldo’, levando-nos até a areia e nem chegarmos a saber em que momento ou como ela nos atingiu. É só tentar voltar à tona e...respirar!
Até a próxima data comercial...

CRÔNICA POSTADA EM 12.03.2011

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