quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

PROFISSÕES (QUASE) ESQUECIDAS


Uma amiga me sugeriu este tema e, então, lá vamos nós!
Certa vez, numa conversa com um amigo, ele me contava que em sua cidade natal, no interior de Santa Catarina, quando ele era criança, passava em sua rua a carroça do padeiro. De acordo com meu amigo, além do pão, o padeiro trazia também o leite, em garrafas.
Tinham uma 'combinação' de ele deixar o pão e o leite na varanda de sua casa e sua mãe deixar o dinheiro em um saquinho pendurado em um cantinho. Esse meu amigo se admirava de que houvesse essa lisura, essa honestidade, de ambas as partes em cumprir o acordo e ainda mais de ninguém alheio a essa combinação roubar nada disso, de respeitar.
Aí, eu também lembrei de que quando eu mesma era criança, na minha rua passava uma carroça de peixe, vez ou outra (não era com muita regularidade que isso acontecia).
Pensando nesta conversa, e na sugestão da minha amiga em escrever sobre profissões que estão deixando de existir, comecei a lembrar dos alfaiates, por exemplo. Ainda existem muitos, claro, mas com a industrialização cada vez menos as pessoas procuram alguém assim para confeccionar um terno. É tão fácil e simples chegar numa boa loja e achá-los numa variação de cores, tamanhos, modelos, enfim!
O trabalho artesanal tem muito valor, mas ele precisa de tempo, pois é feito à mão, geralmente por apenas uma pessoa e não em grande escala. Por isso, numa sociedade cada vez mais imediatista, ninguém quer esperar. Por nada!
A tendência é que essas profissões tendam a desaparecer, com o tempo, e outras surjam. Faz parte do 'progresso', da evolução, do ciclo natural das coisas. Mas é inegável que nas profissões antigas ainda exista aquele elo com o cliente, por que, como no exemplo do alfaiate, a relação vai sendo construída nas visitas para escolher o tecido e o modelo, tirar as medidas, fazer as provas e, finalmente, buscar a encomenda. As costureiras ainda sobrevivem, por que não trabalham com um tipo específico de roupa. Os sapateiros também são profissionais que estão desaparecendo. Numa sociedade cada vez mais descartável, é muito mais fácil comprar outro calçado do que consertar o velhinho. Quem ainda trabalha no ramo, dificilmente encontrará nas novas gerações o interesse em aprender, mesmo por que não é rentável.
A tecnologia cada vez ganha mais espaço, todo dia surgem coisas novas e isso facilita a vida das pessoas, tornando tudo fácil, rapido e prático. Naturalmente nem todos se adaptam, preferem o velho jeito de fazer as coisas, manter certos hábitos, mas é nítido que o caminho do futuro será mesmo esse ( o da tecnologia) e as pessoas acabarão por aceitar.
Mas a relação com as máquinas jamais substituirá a humana, o calor de uma troca de sorrisos fratena e cúmplice, desejando “Tenha um bom dia, senhor (a), e volte sempre!”

CRÔNICA POSTADA EM 05.08.2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário