sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

DISTRAÍDOS



Conheço muitas pessoas distraídas, inclusive eu mesma sou uma delas.
As pessoas que são assim, muitas vezes o são por estarem constantemente com a mente em algum outro lugar.
Tenho uma amiga que deve lembrar de quando eu me auto definia como sua 'Agenda Eletrônica Ambulante', pois sempre estava lembrando-a dos seus compromissos.
Meu pai, hoje, levantou-se do sofá pra atender o telefone e, quando voltou, começou a procurar pelos óculos (que já estavam no seu rosto)...Aliás, não conheço outra pessoa mais distraída do que ele e renderia um compêndio de tantos casos pra relatar.
Tenho outra amiga que ao iniciar uma tarefa imediatamente se esquece do que fazia anteriormente e abandona a tarefa pela metade pra iniciar outra coisa. Dou um exemplo hipotético: se ela está lavando a louça, por exemplo, e sai pra colocar o lixo fora, se no caminho encontrar um objeto fora do lugar, dali mesmo já guarda o objeto e dali sai pra fazer outra coisa e a louça fica esquecida.
A Dona Libélula, já mencionada aqui em outros posts, é um ser muito interessante nesse aspecto. Estamos constatamente rindo juntas de suas peraltices. Mais do que simplesmente 'esquecida', ela também é um pouco atrapalhada, do tipo que derruba as coisas. Ela consegue, sempre que destampa a garrafinha de água mineral, deixar cair a tampa dentro do copo. Ao usar o banheiro é o papel higiênico que é a vítima de um mergulho fatal dentro do vaso sanitário. Essa semana ela perdeu um brinco. Os amigos se afligiram pra procurá-lo, tendo inclusive um deles refeito o trajeto dela pra tentar achá-lo. Mas eis que ela própria o descobre dentro do vestido. Naturalmente todos nós fazemos coisas assim de vez em quando, mas não tudo junto! O bom é que ela é inteligente e sabe rir de si mesma.
Eu também tento ligar a televisão com o controle do carro ou abrir o portão com o controle da televisão (ah, mas eu tenho desculpa! São muitos controles, né? É muita tecnologia! Tudo muito mudérrrrrno! rs). Também já quase coloquei uma xícara de café, que acabara de tomar, dentro da geladeira. Sei lá o que me despertou do 'transe' ! Rs
Sei da mãe de um amigo, idosa à época e hoje já falecida, que entrou no carro errado e ficou lá, sentadinha, aguardando pelo filho, até que o verdadeiro dono do carro entrou, e, de combinação com o filho, ficou olhando pra ela, que assustada custou a entender o que tinha acontecido..
De um amigo que pensou ter visto uma conhecida tomando sorvete, numa bela tarde de verão. Gaiato como é, sorrateiramente se aproximou dela por trás e deu uma lambida no sorvete. Quando ela se virou, e ele viu que não era a dita pessoa, além do susto foi um constrangimento só...
Uma vez minha família estava na praia, junto com uns parentes. Meu pai saiu do mar e foi secar-se numa das toalhas, mas percebeu que uma mulher que estava próxima, acompanhava os gestos dele com excessiva atenção. Minha mãe chegou e perguntou o por quê de ele estar se enxugando com a toalha dos outros e ele, atônito: “mas não é nossa?” Não era. Era da dita mulher, que obviamente queria entender como uma pessoa pode ser tão folgada...
Gosto de colecionar histórias assim e morro de rir sempre que lembro.
Quando acontece comigo, normalmente é por que estou com o pensamento em outro lugar e não concentrada no que estou fazendo. Com outras pessoas pode acontecer o mesmo, a falta de atenção. Mas também a precipitação, a impulsividade. São pessoas ansiosas, que no afã de resolver algo, acabam desviando a atenção do que realmente está acontecendo, enxergam tudo de outra forma. Ou seja, a falta de atenção é por que o pensamento está longe de qualquer forma.
Costumo “banhar” as pessoas em dias de chuva, os pedestres, quando estou dirigindo. Nem percebo que faço isso. Normalmente meu irmão André me alerta, por que me concentro no trânsito e nem vejo quem está na calçada. Também ligo o limpador de parabrisas e esguicho água nos motoqueiros que ultrapassam meu carro. André, meu fiel escudeiro, é quem me alerta de que o motoqueiro saiu limpando a viseira, por que eu nem percebi. Ou seja, faço barbaridades, mas completamente alheia!
Conheço pessoas que frequentemente voltam pra casa de ônibus por que esquecem que foram aos lugares de carro. Há os que esquecem onde estacionaram... Faço isso quase sempre em shoppings. Nos outros lugares até procuro ter pontos de referência, mas em shoppings acho tudo tão igual, que me distraio e só lembro na volta, na hora de sair. Cadê o carro? Dá uma aflição!
Também não tenho muita noção de direção. Se entro num lugar já não sei mais por onde entrei, onde é a saída.
Distraídos, esquecidos ou estabanados todos protagonizam histórias hilárias, que sempre nos divertem.
E assim, com as diferenças, a vida fica mais colorida...

CRÔNICA POSTADA EM 06.04.2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário