quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A DIFÍCIL ARTE DE CONVIVER


Já dizia o poeta :
"A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ...
simplesmente, disse eu?
Mas como é difícil!" - Mário Quintana
Às vezes fico pensando sobre isso, sobre como conviver com outras pessoas se torna, de fato, uma arte. Mas por que? Por que conviver implica em aceitação, respeito de um pelo outro, delicadeza, sensibilidade...Nós precisamos conviver diariamente seja com familiares, com vizinhos, com colegas de trabalho ou estudo...CONVIVER!
Conviver, viver com.
Se somos pessoas tolerantes, pacientes, humildes, já é meio caminho andado, por que conseguimos ser indulgentes com as falhas dos outros e até perdoá-las, compreendendo que todos somos humanos e portanto perfeitamente falhos. No entanto, mesmo quando temos essas virtudes, fica difícil quando o outro invade nosso espaço, de forma displicente ou propositadamente egoísta, quando não nos respeita.
Mas é interessante também sair um pouco da questão, ver de fora, 'se ver' de fora, enfim, observar como o outro nos ensina sobre nós mesmos quando convivemos. Se nos entendêssemos divinamente, maravilhosamente, bem com todos, qual o aprendizado? O outro me ensina, às vezes a duras penas, sobre mim mesmo na maioria da vezes. Só observo que sou controladora, autoritária, manipuladora, quando o outro não faz o que eu quero. Que sou orgulhosa, quando preciso me curvar diante do outro ou me sinto ofendida por bobagens. Que sou preconceituosa, quando algo/alguém diferente surge em meu caminho. Que sou intolerante, quando não consigo aceitar os erros alheios, as falhas tão comuns a todos nós, humanos.
É exatamente no convívio que percebo meus defeitos (além dos defeitos dos outros), se conseguir, ter a coragem, de também me auto observar.
Isso vale para as qualidades também, por que podemos desenvolvê-las ao observar o outro, aprender com ele, ou então quando percebemos que já conseguimos ser indulgentes, humildes, pacientes...
É por isso que chamamos de 'arte de conviver' ! É por isso que é tão difícil, por que não basta que o outro mude, mas que nós mesmos mudemos também. E é exatamente nesse ponto que muitas vezes fracassamos. Há pessoas que passam a vida toda apontando os erros alheios, mas não conseguem se auto perceber. Sou (ou fui) dessas pessoas. Sempre foi mais fácil me indignar com os defeitos alheios, mas com a maturidade ando percebendo-me melhor, me auto observando mais e vendo que as pessoas tem, sim, suas qualidades e defeitos, mas que em minha sensível e perspicaz observação do outro, muitas vezes sou intolerante também, sou severa demais.
Vou iniciar a leitura de um livro que achei muito apropriado nessa minha busca de entender o ser humano. Chama-se Diferenças não são defeitos, do Wanderley de Oliveira/Ermance Dufaux.
Talvez me ajude a entender as diferenças entre nós. E aceitá-las.
Acho que quanto mais a pessoa tem auto-percepção, mais ela consegue ser tolerante com outro e aprender com os bons exemplos também.
Não somos 'santos', por isso é imprescindível desenvolvermos a compreensão, a tolerância, mesmo sabendo que estamos cobertos de razão, por que essas qualidades passam não só pelo raciocinio, mas pelo sentimento.
Desta forma amadurecemos. Desta forma desenvolvemos a sabedoria. Desta forma evoluímos.

CRÔNICA POSTADA EM 17.08.2011


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