quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

VIAJONA


Outro dia, postei uma crônica sobre gente distraída, mas eu mesma cometo muitas gafes (na verdade, só eu percebo isso. Minhas gafes são discretas) por conta disso.
Eu estava numa loja de roupas e, para escolher o que comprar, larguei minha bolsa num balcão ao meu lado, por que ela estava pesada e dificultava meus movimentos. Não tinha perigo, por que estava com outra pessoa e a loja vazia àquela hora. Além disso, para alguém pegar a bolsa teria que passar por detrás de mim. Quando escolhi o que levar, distraidamente me apoiei no balcão do caixa enquanto a moça somava minhas compras, vi a bolsa em cima do outro balcão e pensei: “ ah, que bolsa parecida com a minha...” Pra em segundos perceber que era a minha bolsa! Já tinha esquecido por completo dela.
Coloquei um papel de parede no meu computador do trabalho que retratava uma paisagem rural, como as de Angelina, São Pedro de Alcântara, lugares assim, com morros e muito verde, uma casinha a beira da estrada... Já estava com ela há alguns dias e gostava de apreciar aquela calmaria toda, aquelas montanhas, até que em um dia muito ensolarado, volto do almoço e percebo que nas montanhas tem sol, enquanto no resto da paisagem, onde está a casa, por exemplo, está na sombra.
Aí, penso com meus botões (bom, eu quase não uso roupas com botões, mas...) que aquele sol não estava ali antes. Depois penso “ah, já sei! É que está passando uma nuvem pela casa. Daqui há pouco tudo já vai estar ensolarado de novo.” Brilhante dedução. Mas com apenas um detalhe: Aquilo era uma foto e estava assim desde o primeiro dia. Não iria mudar nunca!
Eu estava vendo meu seriado favorito, Os Pioneiros, quando, em uma cena, o personagem pegava uma espingarda para caçar uns lobos que os ameaçavam e dizia que ele estava indo, quem quisesse poderia ir com ele, senão, que ficasse ali, não faria diferença. E eu, preocupada em ele sair sozinho caçar aqueles lobos perigosos, disse baixinho uma frase que repito sempre que alguém vai sair de carro ou viajar “Que Deus proteja”. Imediatamente comecei a rir sozinha, percebendo o absurdo da situação.
Tudo isso faço eu e ainda tem mais! É muito comum eu estar conversando com alguém e, enquanto a pessoa fala, fala e fala, eu me distraio com meus pensamentos (normalmente parte de alguma coisa que a pessoa falou) e, quando percebo, a pessoa ainda está falando, mas eu não sei mais sobre o quê ou quanto tempo estive assim ou ainda se ela percebeu meu alheamento.
Quando é alguém próximo, confesso o que aconteceu e peço pra repetir. Quando não, fico sem graça e procuro me 'antenar' pra ver se pego o 'fio da meada' e dou continuação aos comentários.
Como disse, estou sempre aprontando, fazendo das minhas, mas as pessoas só ficam sabendo se eu contar.
E, nesse caso, fica só entre nós, tá?

CRÔNICA POSTADA EM 05.12.2011

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