sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

DE VOLTA PARA O FUTURO



Outro dia eu assistia ao filme “De volta para o futuro”. Um filme antigo, se eu não me engano de 1985. Está sempre reprisando e, de vez em quando, assisto umas partes.
Mas, desta vez foi diferente, pois fiquei pensando um bom tempo sobre essa história de viajar no tempo.
Lembrei do seriado que passava nos anos '70 e eu adorava, “O Túnel do Tempo”. Já assisti outros filmes que se viaja no tempo também, como o Loucuras na Idade Média, com o Martin Lawrence. Esse tipo de filme, de tema, me atrai.
Fiquei pensando que, se pudesse viajar no tempo, se existisse essa possibilidade, como na fantasia do filme, não iria para o futuro, não. Acho que o futuro vai ter uma série de avanços e extinção de algumas coisas e isso se dá gradualmente. É diferente de não passar por esse processo, não viver isso e pegar tudo pronto. Penso que a pessoa precisa viver cada etapa pra poder assimilar, se não fica chocada, assustada.
Voltaria para o passado, então. Mas, para que época?
Definitivamente, não para a idade média. Pelo que temos conhecimento, essa foi a Idade das Trevas, embora há quem afirme que o termo é errado.
O que mais me incomoda na Idade Média é a sujeira, a falta de educação, mas há também as “guerras, as invasões bárbaras, as crises da agricultura, as epidemias, a imposição da Igreja, a inquisição em relação aos hereges, a centralização da economia restrita aos feudos, as desigualdades sociais, dentre outros aspectos.”
Pesquisando daqui e dali, achei interessante também este trecho abaixo, por nos lembrar dos pontos positivos, das invenções:
As criações do medievo (de aproximadamente dez séculos) atingiram um alto número, dentre elas estão: os moinhos, a charrua, a pólvora, a plaina, o pisão, o arco triangular, os algarismos arábicos, a anestesia, o anno domini, a árvore genealógica, os bancos, os botões, a bússola, o carnaval, o carrinho de mão, as cartas de jogo, o cavalo como força motriz, o garfo, gatos como animais domésticos, a hora de sessenta minutos, a lareira, os livros, o macarrão, a marca d´água, o óculos, os nomes das notas musicais, o Papai Noel, o papel, a prensa de tipos móveis, o purgatório, as roupas de baixo, o tarô, as universidades, os vidros coloridos, o xadrez, o zero, o relógio, as cidades, as moedas, as feiras, a cavalaria, os castelos, as cruzadas, o leme, o astrolábio, as ferraduras, a roda d’ água, o poço artesiano, o estilo gótico(...), entre várias outras coisas, sendo que alguns dos itens inovadores já existiam na antiguidade, só que não eram utilizados por falta de conhecimentos e técnicas.”
De qualquer modo, não me interessa esse período.
Então, quem sabe, para a Grécia ou a Roma Antiga? Não, não. Muita violência.
Acho que me transportaria, então, para os anos 1800. Apesar do calorão que deveria ser usar aquelas roupas pesadas e igualmente não haver asseio, nem ruas calçadas, esgoto, telefone e tudo que transforma a nossa vida pra melhor, com relação ao conforto.
Era uma época romântica, em que não havia televisão e as pessoas sentavam-se à mesa, todos juntos, para as refeições. À noite, novamente reuniam-se para conversar, ou em saraus. Não havia computador, internet, celular ou qualquer coisa que distraísse as pessoas e as afastasse desse convívio. Hoje em dia o mais perto que chegamos disso é quando falta luz...
Adoro casas antigas, estilo colonial, e chego a sentir uma dor quase física, um aperto no peito, quando vejo que estão destruindo alguma. Compreendo o progresso e sei que é necessário, mas a beleza de uma casa antiga, com todos aqueles desenhos na fachada, a imponência, a solidez, a amplitude, os grandes espaços, a altura do pé-direito, tudo isso me dá saudade de um tempo que não vivi ( ou vivi, numa outra encarnação). Por mais bonito que seja um edifício, não chega aos pés de uma casa colonial. Pelo menos pra mim.





Havia os grandes espaços, as terras virgens, as chácaras, muito verde.
As ruas, calçadas com pedra, convidavam ao andar lento, pra não tropeçar. Tudo podia esperar. As correspondências e noticias, como o jornal, custavam a chegar. Levava-se meses pra ir de um lugar a outro e as pessoas não iam pra ficar um fim de semana, mas uma temporada.
Os alimentos eram frescos e naturais. Os orgânicos, como chamamos hoje tudo que é saudável e cultivado de forma adequada, como naquela época.
Não se tinha o avanço da medicina como hoje, o prolongamento da vida, mas também não havia tanta gente doente, as Unimeds da vida, os laborátorios cheios.
Não havia carros, nem a rapidez e conforto do transporte desta forma, mas se podia apreciar a vista enquanto se deslocava de um lugar para o outro. Não havia engarrafamento. Não havia as loucuras e idiotices do trânsito. Não havia selvageria.
As pessoas se conheciam e se cumprimentavam. Os vizinhos eram quase de casa.
Não havia sequestro relâmpago, arrastão, explosão de caixa eletrônico. Os crimes violentos existiam, mas não na proporção de hoje. Mesmo por que, com o avanço tecnológico, deveria ter havido também o avanço moral, social.
As carroças não tinham janelas e ninguém iria nos assaltar por causa do vidro aberto, no sinal.
Não havia cartão de crédito, nem consumismo exagerado. Não havia golpe telefônico, nem de internet.
As pessoas não precisavam malhar em academias, por que o dia-a-dia era a própria academia.
Enfim, poderia enumerar “n” coisas que diferenciam as duas épocas mas, como tudo, nos anos 1800 nem tudo eram flores ou romantismo.
Em muita coisa nossa vida ficou facilitada, mas pergunto o preço disso tudo.
Viajar para os anos 1800 me daria a real proporção do que imagino e, certamente, decobriria os pontos negativos com muita rapidez também.
Mas, ainda sim, me transportaria para lá, direto do túnel do tempo...

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