sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

DONA LIBÉLULA E OS DOCINHOS



Dona Libélula estava visitando seus sogros. O sogro estava fazendo aniversário e teriam uma festinha. Ela se dispôs a fazer uns docinhos pra ajudar. Só tinha um detalhe: Dona Libélula não sabe fazer docinho! Mas, mesmo assim, prestativa, quis fazer logo de três tipos diferentes: brigadeiro, beijinho e cajuzinho. E ainda tem mais! Em quantidade pra umas 20 a 30 pessoas!
Então, neste caso, precisaria 'dobrar' a receita (que ela pegou da internet). Bom, nada demais pra quem não sabia fazer apenas uma receita, o que seria multiplicar isso por três (!) e ainda dobrando a receita?
Mãos a obra, então! O cajuzinho ficou praticamente no ponto, precisando apenas acrescentar mais um pouquinho de farinha de amendoim, o que ela fez e ficou tudo certo.
Agora, o brigadeiro foi um show a parte!
Mexendo a massa ainda na panela, ela se admirava de tão bonita que tinha ficado e mal acreditando que fora ela mesma que, sem experiência, tivera a ousadia de fazer e acertar!
Não se cansava de olhar pra linda massa de brigadeiro, encantada, e mexia, mexia e mexia. Por fim, cansada (mas não vencida !), imaginou que já tinha mexido o suficiente e que devia estar pronto. Então, resolveu apagar o fogo e despejar a massa numa travessa pra esfriar. Até aí, tudo certo.
Mas na hora de despejar a massa já fria pra enrolar os brigadeiros, foi igualmente surpreendida, mas desta vez de forma negativa. A massa tinha virado um bloco duro e inamovível. Parecia feita de concreto. Como isso foi acontecer? Pensava ela. Mas ainda não se deu por vencida!
Resolveu despejar tudo novamente na panela e acrescentar mais leite condensado. Em sua prodigiosa cabecinha criativa, se levasse tudo novamente ao fogo juntamente com o leite condensado, ele amoleceria. Mas, ainda achando que isso não seria suficiente, resolveu acrescentar leite também. E agora surgira um outro problema: como tirar aquela pedra de kriptonita da travessa para colocá-la novamente na panela? Primeiro tentou quebrá-la com uma colher de pau. Socou, socou e socou e nada! Com uma força que nem suspeitava ter, ergueu 'a rocha' (como passou a chamá-la), suspendendo-a no ar, conseguindo seu intento de levá-la à panela.
Mas tinha mais um problema (mais?): dentro da panela aquilo não dissolvia!
Ela novamente tentou quebrá-la com a colher de pau e, desta vez pareceu mais 'fácil', digamos assim. Empregando toda sua força, ela socava o 'brigadeiro' como se estivesse socando café num pilão. O detalhe é que o café no pilão, apesar de igualmente necessitar de força, foi feito pra ser assim. Além de 'quebrar' mais facilmente. Estava já suada de tanto esforço, quando sua cunhada (misericordiosa! Uma santa!) se ofereceu pra continuar a saga da quebradeira de brigadeiro. Aos poucos, finalmente, foram recompensadas com tanto esforço e 'aquilo' cedeu.
O mais estranho foi que não sobrou nenhum! A criançada pedia o tempo inteiro e Dona Libélula ( a inventora da bala de brigadeiro) , sempre prestativa, logo ia com a bandeja, incitando-os a comer mais e mais. “Ah, quer mais brigadeiro? Pega, pega, querido! Pode pegar mais!“
O 'beijinho' (doce com côco) foi outro capítulo à parte, por que este não 'deu ponto' (talvez em parte por trauma com o brigadeiro), em suas palavras, deveria ter 'apurado' mais, querendo com isso dizer que deveria cozinhar mais, pois eles ficaram um pouco 'pegajosos', custando a se desprender da forminha. Na verdade, eles praticamente deslizavam, numa dança muito lânguida. Mas nada que o apetite infantil não desse jeito.
Agora Dona Libélula sabe que pra estrear como cozinheira (ou neste caso doceira) não deve ser exatamente numa festa...Embora ela mesma diga que como não sobrou nada, este era realmentre o momento certo.
Tivemos informações de que algumas crianças quebraram dentes 'de leite' na festa e outras tiveram dor de barriga, mas tudo bem. Criança é assim mesmo...

CRÔNICA POSTADA EM 16.01.2011

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