quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

EU QUERIA SER ASSIM...


Esta semana estava revendo o filme do Chico Xavier. Um dos raros filmes que tenho paciência de ver e rever. Falo do primeiro filme, aquele sobre a vida do médium, não este que está em cartaz agora.
Não sei bem o que me atrai no filme, pois já li o livro, sei de toda a trajetória dele. Talvez seja o exemplo de vida que ele nos legou. Conheci pessoalmente esse que se tornou um dos ícones do espiritismo. Estive, juntamente com meu irmão André, em sua casa em Uberaba em 1999. Apenas o cumprimentamos, mas foi uma sensação indescritível. No momento em que cheguei junto a ele senti imediatamente que entrava dentro de um círculo de energia e fiquei surda aos ruídos da multidão que se aglomerava dentro e fora da pequena casa. Foi apenas um instante, mas não esqueci.
Nunca endeusei Chico Xavier. Sempre tive por ele respeito, admiração e sempre o vi como um missionário, embora perfeitamente humano, sujeito a erros e falhas.
Sou espírita por opção, por escolha, não por formação. Minha fé propaga o auto burilamento, a busca constante do aperfeiçoamento próprio. Nesse processo passamos de uma encarnação a outra, sempre tentando melhorar. Esse é o objetivo, o motivo de estarmos aqui. Assim acredito e tento realmente domar em mim meus defeitos e imperfeições. Pelos meus posts dá pra perceber o quanto ainda me encontro longe disso, o quanto falta caminhar. Sou tremendamente impaciente e, por vezes, intolerante com meu próximo. Escolhi uma profissão e uma religião que me ajudam nesse projeto de ser uma pessoa melhor, mas não é fácil.
Ouço, então, com tristeza, quando as pessoas apontam os espíritas e dizem “ e ainda se diz espírita!” quando querem justificar algum mau ato de um companheiro de religião. Não somos santos! Somos seres imperfeitos a caminho da luz, companheiros de jornada.
E aí, me vem à mente, nesses momentos, exatamente a mesma cobrança que faço dos outros, querendo perfeição. Não é um contracenso?
Talvez por isso o filme me atraia tanto. Por que nele percebemos a bondade de Chico, sua paciência. Nem sempre foi assim, sabemos. Muitas vezes foi advertido por Emmanuel, que lhe recomendou a ‘água da paciência’ (que consistia em colocar um pouco de água na boca ‘pra refrescar a língua’, quando quisesse responder a altura).
O exemplo de dedicação dele, Chico, de entregar-se completamente à caridade, de consolar, de conviver com pessoas exasperantes e não retrucar me comove e enternece. De ser sábio, bom ouvinte, calmo, bondoso.
Aquele pai dele me tirava do sério só em ver o filme, imagine ter que conviver? Mas ele contornava as situações, as ofensas.
Queria ser assim... Quem sabe numa próxima vida? Nessa, já entreguei pra Deus!
Acho que não vai rolar, não...

CRÔNICA POSTADA EM 2011

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