quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

MAIS UMA DE PAPAI : A TOALHA


Era um daqueles verões escaldantes e a família resolveu ir a praia. Estávamos com visitas ( parentes que moram no Rio Grande do Sul) e nada melhor que num domingo quente, irmos todos à praia nos refrescar.
Como típicos farofeiros, levamos muitas sacolas com o almoço, o lanchinho da manhã e da tarde, enfim! Muita comida para o dia todo! Não sei como é hoje, mas naquela época as pessoas costumavam passar o dia todo na praia, torrando ao sol. Não existia protetor solar, nem buraco na camada de ozônio. Ozo o quê?
Lembro que as pessoas passavam no corpo todo tipo de produto, os mais caseiros e estranhos possíveis, para pegar 'aquela cor'. O mais 'popular' era o famoso óleo Johnson. Apenas uma vez passei coca-cola, aos 15 anos, por indicação de uma amiga, mas não gostei de ficar toda 'docinha', melada e nada bronzeada. Incrível como não fui atacada por formigas! Ou moscas!!
Na verdade, o que se conseguia eram queimaduras (que doíam muito) e nas quais a gente também passava todo tipo de produto caseiro (como maizena ou talco), mas depois elas descascavam (a pele saía), e toda a 'cor ' sumia.
Umas das coisas que mais gosto de fazer na praia até hoje é tomar um banho de mar e depois secar ao sol. É uma experiência sensorial maravilhosa, ficar ali lagarteando.
Nesse domingão não foi diferente: Todos saíamos e entrávamos no mar repetidamente, por causa do calor. Meu pai, após sair de um desses banhos, foi até onde estavam as toalhas e começou a secar-se. Primeiro o rosto, depois o peito, as axilas, as pernas. Tudo precisava ficar bem sequinho. E aí, repetia todo esse ritual, secava o cabelo e sacudia a cabeça pra poder enxugar melhor depois. Nesse momento ele observou que uma mulher, há uns passos de distância, olhava insistentemente para ele, parecendo perplexa. Ele não entendeu. Olhou para trás. Quem sabe tinha outra pessoa atrás dele? Nada. Ela insistia. Ele já estava quase indo perguntar o que ela olhava tanto, quando minha mãe se aproximou e disse: 
- Ô homi! O que que tu tá se enxugando com a toalha da mulher?
- Que mulher?
- Daquela ali, ó! ( e apontou para a dita cuja que tanto olhava para ele)
- Essa toalha não é nossa?
- Não. É da mulher ali, ó!

CRÔNICA POSTADA EM 19.08.2011

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