sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O ÓBVIO ULULANTE


Detesto obviedades. Simplesmente me irritam. Ou divertem, dependendo do caso.
Sou daquele tipo que conversa com a TV, sabe? Além da Psicologia, tenho muitas outras áreas de interesse, como o jornalismo, a publicidade, a medicina (especialmente a cirúrgica), a fotografia, enfim!
O jornalismo me atrai por que gosto de ler e escrever, de discutir o que leio ou ouço e não apenas me informar. Então, há dias que vejo 3 ou 4 noticiários seguidos. Muitos deles são simplesmente hilários, principalmente por causa dos repórteres, que estão cada vez mais despreparados. Há bons profissionais, que admiro, como o Ernesto Paglia, a Neide Duarte, o Dorneles, o Gerson de Souza, Caco Barcelos...eles têm um texto muito bom, muito perspicaz, criativo e sensível. Mas, francamente, alguns, principalmente os catarinenses, me envergonham!
Outro dia, assistindo uma matéria (catarinense) sobre clareamento dental, que ocorria, (obviamente) num consultório em que, além do repórter, estavam o dentista (naturalmente) e um paciente ‘de mentirinha’, apenas pra ilustrar a reportagem, como o repórter explicou já no início. Esse mesmo repórter explicou também que a prótese de acrílico (ou silicone, sei lá!) que o ‘paciente’ usava não era dele, porque tinha que ser específica pra cada um, era individual, sob medida.
Explicação dada, o dentista pôde, finalmente, falar e falar sobre o produto que se colocava na prótese, por quanto tempo, os objetivos, os componentes, etc. Ao fim, da reportagem, o repórter interrompeu novamente o dentista e disse: - “E lembrando que tudo isso é feito na boca, hein?”
!!!!!!!!!
Hoje, ao assistir a outro programa local, uma mulher, que não sei qual seria a função dela, talvez nutricionista, por que não vi o programa desde o começo, demonstrava uma receita para diabéticos. Ao colocar os ingredientes no liquidificador, ela explicava o por quê de usar aquele ingrediente específico, quantidade, etc. Foi com perplexidade que meus ouvidos registraram: “...e você coloca então a água do cozimento (feijão). Ela tem que ir pra geladeira antes, pra ficar gelada.”
What ??!!
E quando, diante de uma tragédia (aliás, palavra que eles adoram e usam em profusão, ao ponto de banalizar), uma perda, o repórter, invariavelmente pergunta “ e como você se sente?”
Depois das enchentes, sejam catarinenses, paulistas, cariocas, as pessoas desoladas, por que além das perdas afetivas, perderam os bens, perderam quase sempre ‘tudo’ que possuíam (que muitas vezes era nada), chorando, inconformadas, o repórter sem tato nenhum, parecendo um alienígena, sai-se com a pergunta: “- E agora? O que você pretende fazer? Reconstruir ? ”
Se fosse eu, olharia pra ele e responderia: - Não...Vou dar uma festa!
E aqueles, tipo o Cacau Menezes ( Ôôôps! Esse a gente dá um desconto), que quando entrevistam, além das obviedades, ficam olhando pra todos os lados, enquanto a pessoa fala, menos para os entrevistados, sugerindo que o que ele diz não é interessante. Fico com vergonha alheia! O Cacau ainda termina a entrevista (na rua, por que no estúdio ele é mais educadinho) e deixa a pessoa falando sozinha, não agradece, nem se despede. Tudo bem, que é ao vivo, eles tem tempo curto, mas dá pra fazer tudo, se for organizado e, principalmente, educado.
Ando ouvindo a “Hora do Brasil” no carro, simplesmente por que esqueço de trocar o Cd. E tenho me surpreendido, por que um casal lê as matérias e a mulher, invariavelmente, gagueja, se atrapalha toda, todos os dias, em quase todas as reportagens! Ela só faz isso e ainda erra o tempo todo! E ninguém vê isso? Bom, dá pra dar desconto nesse também, por que quem é que ouve a Hora do Brasil?
Sei que sou exigente, mas compreendo (por incrível que pareça) que as pessoas erram, que profissionais como o Willian Bonner e a Fátima Bernardes, que são tão incensados o tempo todo, também façam isso, se percam, gaguejem, etc. Aliás, outro dia, o Willian pediu desculpas por que deveriam ter mostrado a bandeira da Líbia e mostraram outra. (Meu Deus! Errar a bandeira de um país na Tv? Principalmente de um país em conflito, visado o tempo todo? E no Jornal Nacional !)
A Ana Maria Braga é uma simpatia, adoro-a! Mas ela é Protagonista-Mor de ‘micos’ no ar, não é não?Aí, justifica, a exemplo do Faustão: “Programa ao vivo é assim mesmo...” E ri.
A Glória Maria, na época do Fantástico, também. Nunca sabia qual era câmera, estava sempre perdida, gaguejava. A apresentadora do Jornal do Almoço, programa local, a Márcia Manfro, (que já saiu, mas por que quis, foi pra São Paulo) idem. E o engraçado (olha a redundância) é que elas, embaraçadas, faces afogueadas, sempre riem dessas trapalhadas. E ninguém substitui, fica tudo por isso mesmo...
Bom, acho que vou continuar falando com a TV por muito tempo ainda...

CRÔNICA POSTADA EM 22.12.2011




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