quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

VENDEDORES



Saber vender é uma arte! E não é pra qualquer um !
Outro dia recebi ( e repassei) um mail contendo um video que me impressionou de forma muito positiva.
Provavelmente foi feito por algum particular, igualmente impressionado com o empreendedorismo de um... pipoqueiro! Isso mesmo! Um pi-po-quei-ro!
Ele vive na cidade de Curitiba/PR e mostra a limpeza que tem com o carrinho de pipoca, os kits que distribui para seus clientes contendo um guardanapo, um palito de dentes e uma bala de menta. Ele também lançou o cartão fidelidade (a cada 5 pipocas a 6ª é gratuita) e por aí vai. Dá gosto em assistir. Não sei como vídeo começou a circular, mas quem não viu ainda pode procurar por ele no Google, imagino, ou talvez no You Tube, sei lá, como a pipoca do Valdir. É muito interessante.
Isso me fez pensar.
Tenho uma vendedora dentro de mim, que só se revela dentro de estabelecimentos comerciais.
Sempre que vou a um desses lugares acabo por ajudar a vender as coisas. Talvez por ser 'metida' mesmo...
O vendedor que vende algo próprio difere muito do vendedor assalariado, mas acho que o quadro pode também se inverter, por que saber vender não é pra qualquer um. A pessoa deve, antes de tudo, ser perspicaz, observadora, simpática, sensível às necessidades alheias.
Quantas vezes vou a uma loja ou outro lugar qualquer comprar alguma coisa e tenho vontade de ministrar um 'cursinho grátis e rápido' pra essas pessoas que não sei como foram ( e continuam!) parar ali.
O vendedor enrolão até pode conseguir vender, mas quando a pessoa se dá conta, não retorna. Tem coisa mais irritante do que aquele 'é a tua cara' ?Mesmo quando realmente é, sempre nos parece falso e duvidamos.
Não tenho experiência com vendass, nunca vendi nada 'profissionalmente' , nem fiz nenhum curso, mas acho que bom senso é uma coisa básica, não?quando vou a uma loja, como dizia, acompanhando alguém, ou simplesmente escolher algo pra mim, invariavelmente me intrometo na compra alheia. Tento mostrar, à pessoa que está comprando, os pontos positivos e negativos daquela aquisição, faço sugestões, dou exemplos. Os vendedores me adoram! (rs) Não engano ninguém, nem vou ganhar nada com aquilo, mas tenho sensibilidade suficiente pra intermediar aquela venda. Sou bastante sincera, mostro o que não fica bem, exemplifico, mas apresento outras sugestões. No fim, vendedor e cliente me olham agradecidos e felizes. Acho que essa é a minha recompensa...
O bom vendedor precisa ser sincero, pero non mucho..rs Ele até pode omitir alguns detalhes, mas se transmitir confiabilidade, segurança, a pessoa acaba comprando.
Quantas vezes a gente entra num lugar e a pessoa não sabe 'reter' aquele cliente?Encantar, digamos assim?
Ontem entrei numa loja de calzones, de uma rede bastante conhecida por aqui, disposta a levar pra toda a família. O estabelecimento, dentro de um centro comercial, estava vazio. Quando me aproximei li o cartaz “ só aceitamos cartão de débito”. Achei isso um tanto limitador, mas tudo bem, entendi. Na estufa, apenas 2 ou 3 exemplares de cada sabor. O caixa/atendente, estava meio amorfo, olhando o vazio, desinteressado. Perguntei se tinha calzone de frango e ele disse que 'só pra assar', mas nem se levantou da cadeira, provavelmente desejando que eu não aceitasse aguardar. Acertou!
Saí de lá pensando: “é por isso que está às moscas mesmo...e vai continuar!”
Em um outro dia fui numa malharia enorme, mas igualmente vazia. Queria comprar roupas de criança. A vendedora se aproximou e disse que não tinha o que eu queria. Olhei para outros cestos e me interessei por outros artigos, mas ela sempre me cortava, dizendo ora que não tinha o número, ora a cor, mas também não apresentava sugestões, nem interesse. Pareceu dar graças a Deus quando a única (!) cliente, eu, se despediu. Será que ela não percebeu que o emprego dela depende de mim? Ou de qualquer um interessado em comprar?
Há os vendedores desinteressados, os mal humorados, aqueles com mania de organização que não querem que a gente olhe nada e já vão descartando nossas perguntas, sem nem mexer nas pilhas de roupas, ou se interpõe entre a gente e as araras. Há os indelicados que, quando me vêem, por estar fora de peso, já vão me alertando que não tem o meu número (mal eu entrei na loja) e eu respondo, educadamente, que estou querendo dar um presente...Há aqueles que querem 'empurrar' a loja inteira pra gente ou então nos obrigar a ter o mesmo gosto que eles. Aqueles que quando a gente diz que gosta de tons claros, de roupas esportivas ou qualquer coisa assim, nos trazem, preto, azul marinho e roupas clássicas. Dá vontade de perguntar “qual parte de eu não gosto de tons escuros e roupas clássicas tu não entendeu? Quer que eu desenhe?!” Tolerância Zero! Me sinto o próprio Saraiva! rs . Na verdade, esse foi só um exemplo, por que gosto de clássicos e tons escuros...
Mas, claro, em tudo há aqueles vendedores que até se tornam nossos amigos e gostamos de sempre comprar com eles, nos sentimos à vontade e confiamos.
Eles nos entendem, são pró-ativos, delicados e, na maioria da vezes, sinceros (pero non mucho). São muito simpáticos, práticos, não têm preguiça e a gente acaba levando muito mais do que planejou. Se mostram amigos dos colegas, embora muitas vezes precisem competir, mas a gente não sente assim. Eles resolvem as coisas, apresentam soluções e não problemas!
Também não fazem perguntas idiotas como a que precisei ouvir quando fui comprar os tais calzones, sozinha, em outro lugar:
  • “Quero 6 calzones”.
  • “ É pra levar”? ( me deu vontade de responder, mal criada: “Não, vou comer todos aqui. E com refrigerante !”)
A loja ficava dentro de um supermercado, o caixa viu que eu estava sozinha, que não tinha ninguém me aguardando em lugar nenhum e, mesmo que tivesse, de qualquer modo eu iria levar pra algum lugar, né?Santa paciência!
Bom, não deve ser fácil lidar com os clientes também, mas essa já é matéria pra um outro post...

CRÔNICA POSTADA EM 31.03.2011

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