sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

SANTA IGNORÂNCIA



Meu irmão André costuma dizer uma frase que sempre que ouço sorrio e concordo: “A ignorância é uma benção!” Isso pode ter “n” significados e aplicações, mas penso que, às vezes, é melhor que ignoremos algo, pois ao tomarmos consciência dele, poderíamos ter muitos dissabores.
Agora o problema é quem é ignorante permanentemente. Nada me deixa mais perplexa e indignada do que me ver obrigada a presenciar um idiota no poder.
Hugo Chaves, por exemplo, e todos os demais ditadores. Ou mesmo nosso exemplo recente, o Lula.
Há uma frase que cabe aqui perfeitamente: “Os verdadeiros caráteres da ignorância são a vaidade, o orgulho e a arrogância." (Samuel Butler)
Interessante como pessoas idiotas, quando alçadas ao poder, demonstram exatamente esses três defeitos à mancheias! Eles tomam atitudes que nos envergonham de tão estapafúrdias! Esses (os idiotas) encontramos em qualquer lugar, em qualquer esfera, seja no nosso trabalho, na política, até mesmo na vizinhança, na família, enfim!
Mas o que define, exatamente, um ignorante, um idiota?
A ignorância se refere à falta de conhecimento, sabedoria e instrução sobre determinado tema, ou ainda à crença em elementos amplamente divulgados como falsos. Em situação em contrapartida o ignorante estabelece critérios que desclassifiquem o conselho alheio, em prol da sua falta de conhecimento, busca estabelecer idéias falsas sobre si mesmo e o mundo que o cerca de forma errônea, que desagrade aqueles que o cercam. Ignorância é não saber, ou ignorar conhecimento, omitir-se conhecer ou passar a conhecer, é negar a captação e aceitação do conhecimento científico provável e comprovado através de métodos científicos e lógicos.” Resumindo, é uma pessoa burra e obtusa. E quando essa pessoa burra e obtusa manda em quem raciocina? Não é um contrasenso? Imagino nos tempos da ditadura, as cabeças pensantes, a elite intelectual do país, se ver obrigada a obedecer meia dúzia de obtusos. Imagino na Venezuela, que a imprensa, única fonte de poder do povo, de esclarecimento e denúncia, se ver obrigada a se calar. Na China e em Cuba, que tudo é censurado pelo governo. A liberdade de expressão e de pensamento, pra mim, é a maior das liberdades, mais do que a liberdade física, do corpo. Castrar isso é mutilar de forma muito mais cruel. Quando somos obrigados a conviver com um idiota no poder, principalmente em situações muito próximas de nós, do dia-a-dia, isso gera uma angústia, uma perplexidade e uma impotência que nos fazem agilizar o raciocínio para fugir desta situação. Nosso cérebro se tortura em locubrações intermitentes em busca de uma solução. A minha fica quase sempre dividida entre a indignação e o humor.
Movimentos como a luta contra a ditadura, bem como as críticas sociais existentes até hoje através do humor, sempre me cativaram pela coragem de não se deixar dominar.
O homem que pensa é livre!
O consolo maior de quem se vê nessa situação é a de que ele tem condições de elaborar um raciocinio lógico, inteligente, que a longo prazo pode efetivar saídas. Já o idiota conta, quase sempre, com o fator sorte e a truculência.
Quando a inquisição queimou livros, tentando com isso, queimar idéias e ideais ou quando Hitler destruiu monumentos históricos, destruindo cultura para as gerações posteriores, foram provas inegáveis do quanto eles queriam aniquilar o poder de pensar, através da força bruta.
Em situações próximas, do dia-a-dia, quando precisamos conviver com pessoas ditas instruídas, que deveriam ao menos saber escrever e não o fazem, redigindo confusamente, com erros de português e concordância ou com pessoas que dão ordens contrárias, tambem confusamente, parecendo não saber direito o que querem e nos vemos obrigados a obedecer ou mesmo apenas testemunhar, pensamos que a ordem do universo está caótica e que em algum momento iremos retornar a normalidade, que aquilo, por certo, é passageiro. Não nos parece crível que algo que está fora da ordem, do lógico, permaneça.
Aí nos resta a esperança. Esperança de que a normalidade se restabeleça e que possamos continuar de onde paramos. Porém agora um pouco mais calejados pela convivência com essa forças contrárias que vêm, na maior parte das vezes, nos ensinar, de uma forma ou de outra, a crer que para Deus nada é impossível...
E que “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”.

CRÔNICA POSTADA EM 11.10.2011

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